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Presídios, uma realidade que pode ser mudada

Nos últimos tempos os presidiários passam diariamente por algumas dificuldades, pois os presídios não oferecem o espaço adequado; os que cumpriram sua pena, ao sair da cadeia voltaram à criminalidade devido à falta de oportunidade e, além do mais arriscamos nossas vidas com presos que fogem das cadeias devido à falta de segurança e mesmo assim não pretendem deixar o mundo do crime.
Muitas vezes os presidiários vivem em celas com mais pessoas do que se pode acomodar se tornando muitas vezes o motivo de brigas que levam a morte. O presídio deveria ser um lugar de recuperação onde todos praticassem atividades construtivas, com acompanhamento psicológico que os ajudasse a acabar com pensamento sobre crime, violência e drogas substituindo por família, amor e trabalho.
Outra preocupação constante é a falta de segurança. A prisão é um lugar onde os presos não podem sair! Deveríamos estar protegidos daqueles que por descuido de tal presídio conseguem fugir, pois muitas vezes em uma das tentativas voltam a cometer outros crimes retornando a prisão, mas dessa vez por mais tempo o que de certa forma para eles não seria construtivo.
Além disso, após o termino da pena, o individuo que se propõe a mudar e sair em busca de um trabalho ou chance para recomeçar uma nova vida, pode não encontrar devido a certos preconceitos. Para isso poderia ser criada uma agencia onde oferecesse especificamente a essas pessoas oportunidades de trabalho, sendo assim acompanhados e estruturados por um profissional.
Em virtude dos fatos mencionados acima somos levados a aceitar a insegurança em que vivemos e a violência que passamos, é inadmissível que um país de grande porte e com estrutura como o Brasil não solucione certos problemas que vem afetando a todos nós já há um tempo. É desejo de todos nós que algo seja feito no sentido de conter a violência e a criminalidade, para podermos construir um mundo que, por ser justo e pacifico será mais facilmente habitado por nós e pelas gerações vindouras.

Autor: Andressa Sena



Artigo de Opinião

A segurança publica no Brasil

Nos últimos anos a questão de segurança publica passou a ser considerada como o problema fundamental e principal ao estado de direito no Brasil.
O aumento da criminalidade e de insegurança sobretudo nos grandes centros urbanos, a degradação do espaço publico e o aumento de mortes por meio da violência é muito grande.
Esse aumento da violência trouxe um grande problema para o governo,porque parte da violência é provocada pela própria policia. Isto causa revolta na população que forma também um outro tipo de violência.
Dessa forma a segurança no Brasil vem cada vez mais se tornando um problema para a justiça, particularmente da Justiça criminal, Presídios e a também a Policia.
Mais mesmo com toda a dificuldade que o governo enfrenta não apenas policias, como também os (Promotores, Juízes e Burocratas da administração publica) vem enfrentando esses desafios além de fazer com que o amplo debate nacional sobre o tema, transforma-se em real controle sobre as políticas de segurança publica aumentando a segurança, ampliando as frotas publicas e tentando acabar com a grande taxa de criminalidade.
Isto significa que todos os cidadãos brasileiros são responsáveis pela segurança de toda a sociedade, portanto, mais do que uma atitude cidadã, zelar pela integridade física e moral dos indivíduos, bem como pela manutenção da ordem publica é um dever constitucional.

Aluna: Walquiria Oliveira de Jesus Santos





Artigo de Opinião

Brasil,sede da copa e das olimpíadas.

Brasil, país do futebol, vai sediar a Copa do Mundo em 2014, título que muitos países tentam conseguir e nós fomos consagrados, e irá também sediar as Olimpíadas em 2016 ou título importante para o desenvolvimento do país.

Com o nosso Brasil jogando e recebendo adversários “em casa”, seria uma das maiores alegrias para nossos torcedores e jogadores se dar de cara com isso. O Brasil desde 2006 vem tentando o título de Hexa-Campeão e dessa vez com muitos torcedores ele pode ganhar embalo e inspiração para jogar bem, fazer muitos gols e nos dar esse título tão esperado que é o de ser Hexa.

A agência de gestão de aeroportos da Infraero faz uma estimativa que irá gastar em torno de R$5,3 bilhões para atualizar os aeroportos de dez cidades sede, aumentando a sua capacidade e o conforto para os centenas de milhares de turistas esperados para a Copa. Natal e Salvador foram excluídas porque as suas obras de reforma foram recentemente concluídas. Uma parcela significativa (55,3%) do dinheiro será gasto reformulando os aeroportos de São Paulo e Rio de Janeiro, que são cidades maiores e mais valorizadas/conhecidas.

Em 11 de junho de 2010, o Governo Federal lançou um programa para proteger as propostas para o trabalho na preparação da Copa de 2014 e para os Jogos Olímpicos de 2016 contra a possibilidade de fraude ou corrupção. O plano, conhecido como "Jogando Limpo", inclui uma série de orientações de conselhos para que as instituições do Governo, e também as autoridades fiscais, como também os cidadãos comuns possam identificar e denunciar tentativas de fraudes nas propostas.

Para fechar, eu concluo que em todas as opções vai haver os pontos bons e ruins, um dos bons é que o país vai desenvolver suas tecnologias e informações. Já os pontos ruins é que o Brasil ainda se encontra muito violento, apesar de que vai ser muito seguro nos estádios e fora, mas mesmo assim os assaltantes vão aproveitar enquanto não começa para atacar os visitantes.

Autor: Nivaldo Guedes

Artigo de Opinião

Brasil, Sede da copa e Olimpíadas.
O Brasil, foi anunciado como o país sede da Copa do Mundo de 2014 e das Olímpiadas de 2016.
Porém, ao contrário do que muitas pessoas pensam, esses dois eventos podem não beneficiar o país.O principal problema está na infraestrutura. Não podemos correr o risco de fazer a Copa 2014 e as Olimpíadas 2016 e não deixar nenhum resultado importante para as cidades envolvidas. O melhor resultado da Copa 2014 e das Olimpíadas 2016 é o Brasil 2017, o legado positivo desses eventos para nosso país.
Com esses eventos, o turismo Brasileiro irá se desenvolver absurdamente, mas será que o Brasil está preparado para receber esses turistas?
A infraestrutura do Brasil, com certeza não é boa (comparada a dos países desenvolvidos), o Brasil também enfrenta diversas dificuldades, como a fraca segurança pública, uma péssima área de saúde, e etc.
Temos em mente, que o Brasil pode sim sediar esses eventos, desde que tenha uma boa administração, longe dos desvios de dinheiro.
E é claro, se tiver uma boa administração, esses eventos só traram benefícios para o país, como o fortalecimento da economia, crescimento das empresas brasileiras, uma infraestrutura moderna, 
e etc.
Em minha opinião, o Brasil pode sim, sediar esses 2 grandes eventos, desde que tenha uma boa administração, e assim com certeza o Brasil poderá crescer e se tornar um país desenvolvido.

Aluno: Túlio Nunes
Artigo de Opinião
                               
Melhoria na qualidade de vida

         Sabe-se que atualmente a qualidade de vida das pessoas está muito precária.Existe muitos fatores que envolve esta melhoria, como o pouco investimento em diversas áreas.Uma delas é a educação, que nos dias de hoje está ficando cada vez pior, o pouco invetimentonesta área, não traz melhoria aos colégios, em matérias,em lazer, que faz uma boa parte dos alunos a não se enteressarem o quanto deveriam.Isso é ruim e faz com que não tenham um futuro melhor.Outro ponto é a saúde, que está em um ponto pior do que precário.As pessoas que tem condições de pagar um plano estão tranquilas,mas uma boa parte depende do nosso Sistema Único de Saúde, que muitas vezes ficam horas em uma fila esperando por um atendimento.A saúde é um fator muito importante pois, estando sadios já é um grande passo para a melhoria na qualidade de vida.Por fim, o lazer.Muitas cidades pequenas como a nossa não possui uma variedade na área do lazer, que faz com que as pessoas tenham a mesma vidinha de sempre, saindo para os mesmos lugares.Deve-se envestir um pouco mais,proporcionando a populção mais lazer,trazendo também pessoas de fora para aproveitar e ajudar na econômia.A melhoria na qualidade de vida move e junta diversos fatores que sendo ajustados az de tudo na vida melhor.

           OBS: Professora , só deu 12 linhas , mais no caderno deu 25 págs.obg.

Aluna: Natállia Félix. 1D.

Artigo de Opinião

Segurança Insegura  
Na ordem pública devemos considerar o que seja violência, criminalidade, insegurança e segurança. A violência è responsável pela criminalidade, esta por sua vez gera a insegurança. E a insegurança requer a presença da policia na rua. No entanto, a polícia na rua só vai combater os efeitos e não as causas. As causas se eliminam com justiça, educação, trabalho, com projetos de estado e estratégias de solução para curto, médio e longo prazo.
    "Prender por prender" este procedimento só elimina os efeitos e não as causas. Temos sim, que injetar esforços nas ações que eliminem a violência, verificando porque ela acontece e aplicarmos a solução certa na hora certa.
     A Segurança Pública não pode ser tratada apenas como medidas de vigilância e repressiva, mas como um sistema integrado e otimizado envolvendo instrumento de prevenção, coação, justiça, defesa dos direitos. As forças de segurança buscam aprimorar-se a cada dia e atingir níveis que alcancem a expectativa da sociedade como um todo, imbuídos pelo respeito e à defesa dos direitos fundamentais do cidadão e, sob esta óptica, compete ao Estado garantir a segurança de pessoas.
     O estado brasileiro não oferece condições adequadas de trabalho aos policiais, uma vez que não há pessoal suficiente, treinamentos rigorosos faltam viaturas, apoio logístico, armamento e todo aparato responsável em oportunizar uma atuação mais competente e eficaz. Assim, è no mínimo incoerente exigir tanto da policia brasileira.
     Não è o objetivo dessa discussão, mascarrar e tampouco esconder falhas da polícia que independem da falta de condições de trabalho ofertadas pelo o estado, como abuso de autoridade, corrupção, atividades ilícitas ou violência gratuita, mas o de enfatizar que há seriam razões  que impedem e limitam o trabalho da polícia brasileira.
     Geralmente policiais dão prioridade crimes cometidos por policiais, autoridades, pessoas de representatividade social ou ainda que causem grande comoção popular, porém a implementação de medidas que possibilite que tal instituição aja sempre de forma rápida e eficiente.
     A violência alcançou níveis insustentáveis no Brasil, e os crimes cometidos não fazem acepção de pessoa, religião, etnia, gênero ou conta bancária. È preciso, então, que o estado faça investimentos em áreas sensíveis, como segurança pública, saúde, educação, treinamentos, cultura, cidadania e empregos. As ações elencadas aqui não atribuirão apenas para amenizar a criminalidade, mas para elevar os níveis de desenvolvimento do país.
      
Autor: Uilana Valois

Artigo de Opinião

Será que estamos seguros mesmo?
 À cada dia que passa nos deparamos com situações como pessoas apressadas andando rápido de carro, de moto,assaltos a qualquer hora, morte de crianças inocentes que não tem nada haver com esse problema . E sinceramente sempre nos perguntamos, “Será que realmente estamos seguros ?”.A segurança pública garante a segurança da cidadania, mais infelizmente não é tudo bom, nem é tudo certo.
 A maior parte das reportagens que passam nas televisões, e que estão nos jornais são de acidentes graves pela falta de cuidado no trânsito, pessoas     morrendo por falta de necessidade, adolescentes irresponsáveis que no final ficam com sérios problemas físicos.
 A segurança pública sem dúvida deveria estar mais ativa com esses problemas. Certo que todos fazem o que podem, mais teria que ter um pouco mais de autoridade, e uma autoridade bem rigorosa nesse caso. Não querendo dizer que a culpa seja somente do trabalho dos seguranças, Concertesa as pessoas deveriam ter mais responsabilidade e, serem cientes do perigo que estarão correndo. Existem vários casos de crianças morrendo em acidentes por irresponsabilidade dos pais, de bala perdida por um assalto que houve troca de tiros, comerciantes perdendo dinheiro que todo dia ralam para conseguir, e nessas horas cadê os guardas e policias nas ruas ?.
 Contudo o cargo principal do local deverá se preocupar mais com esse assunto, pois, com a contribuição de cada pessoa  podemos diminuir as tragédias, e tornar as pessoas mais compreensíveis e mais calmas. Não é tudo muito bom, nem tudo muito certo, tudo que é demais sobra e tudo também que é pouco falta.
  Portanto á cada dia devemos fazer a nossa parte para contribuir com um mundo melhor .

Autor:  Maria Eduarda

Artigo de Opinião

PRESÍDIOS
Presídio é logicamente onde se cumpre uma pena; uma ressocialização do presidiário, isto é, para que o individuo volte a sociedade como um cidadão útil. Mas como é possível que um individuo possa fazer a mesma falha e voltar para o lugar onde dizem que é o próprio inferno? No Brasil essa reincidência chega a 85% porque agem de forma errada nas punições. Dessa forma uma punição mais aplicada resulta-se em criminosos mais perigosos. E a prova disso acontece exatamente dentro dos próprios presídios. Dentro da cadeia, a vida do crime ainda continua, o trafico de drogas e ainda, abusos sexuais nos presidios masculinos.
Como na maioria dos presidios do Brasil age de forma errada nas punições, os detentos continuam com o crime. È o local onde um criminoso mais conceituado, especifica as regras e valores a serem seguidos, isto é, os que têm “o poder maior” vão tomando conta do lugar.
O trafico de drogas, continua ativo; os visitantes dos detentos trazem em qualquer lugar do corpo as substancias, para poder eles sustentar os vícios.
Abuso sexual nos presídios masculinos, isso acontece “debaixo dos narizes” das autoridades e muitas vezes nada acontece. Um preso homossexual diz: “Eles dizem que nos não temos dignidade, honra e direitos. Eles são orgulhosos de serem bandidos; eles são durões... Eles vêem os viados como objetos para serem usados”. São os mais novos com aparência mais delicados que são obrigados a fazerem sexo oral com o líder da cela, às vezes, com dezenas de outros homens.
Esses presídios de maneira alguma buscam regenerar os criminosos que por La passam. Além de cumprir a pena eles sofrem todos os tipos de atrocidade, ate pelos próprios carcereiros. Acredito que este é mais um sistema do nosso país que não funciona de maneira correta, e, no entanto, ninguém se mobiliza para modifica – ló.

Aluna: Elen Caroline Bacelar de Oliveira - Matutino 1°D

Artigo de Opinião

O BRASIL SEDE DA COPA 2014 E OLIMPIADAS 2016

Nos últimos anos o Brasil explodiu de alegria ao ser anunciado como sede dos dois maiores eventos esportivos do mundo a Copa do Mundo que será em 2014 e as Olimpíadas que será em 2016. Depois dessa notícia o Brasil já vem pensando em vários projetos que serão investidos para esses dois grandes eventos. Com a chegada dos turistas que será imensa, o Brasil terá um grande aumento econômico, mas com tanto dinheiro circulando, sempre surge à possibilidade de corrupção. Além disso, muitas pessoas alegam que o país tem muitos problemas em questões básicas como saúde, educação para ficar investindo em eventos esportivos.
O Brasil que estão comentado nos noticiários será um Brasil moderno, limpo e com grandes Investimentos como manutenção de rodovias e auto-estradas, trem bala, aeroportos que atendam a milhões de turistas, e instalações requintadas. Enfim será um pais em que as coisas funcionam.
Obras para Copa 2014 e Olimpíadas 2016 será a grande oportunidade de aproveitar a sintonia entre esses eventos, que geraram emprego infraestrutura, enfim um crescimento muito grande para nosso pais.
Não podemos desperdiçar essas raras oportunidades para desenvolver a competência das empresas brasileiras, competência essa que poderá ser exportada nos megaeventos esportivos mundiais, no futuro. Organizar a Copa e as Olimpíadas é um desafio para todos os brasileiros. O principal problema está na infraestrutura. Não podemos correr o risco de fazer a Copa 2014 e as Olimpíadas 2016 e não deixar nenhum resultado importante para as cidades envolvidas. O melhor resultado da Copa 2014 e das Olimpíadas 2016 é o Brasil 2017, o legado positivo desses eventos para nosso país.
Mas o que muitas pessoas falam ai é que o Brasil não poderia investir tanto dinheiro em eventos esportivos por causa dos problemas em questões básicas como saúde, segurança, educação e muitos outros que não são resolvidos em pouco tempo, mas que o Brasil tem condições de resolver.
A minha opinião é que o Brasil tenha condições de sediar esse dois eventos maravilhosos que é a Copa de 2014 e Olimpíadas de 2016, por causa de sua capacidade de Crescimento

Aluno: Bruno Alves Santana 1°D

Artigo de Opinião

SEGURANÇA PÚBLICA
  Há uma grande deficiência nas chamadas Políticas de Segurança aplicadas em nosso sistema e convém neste ponto, realçar que em todo o país a manutenção da segurança interna, deixou de ser uma atividade monopolizada pelo Estado.
     Atualmente as funções de prevenção do crime, policiamento ostensivo e ressocialização dos condenados estão divididas entre o Estado, a sociedade e a iniciativa privada.
    Entre as causas dessa deficiência estão o aumento do crime, do sentimento de insegurança, do sentimento de impunidade e o reconhecimento de que o Estado apesar de estar obrigado constitucionalmente a oferecer um serviço de segurança básico, não atende sequer, às mínimas necessidades específicas de segurança que formam a demanda exigida pelo mercado.
    Diversos acontecimentos têm nos provado que é impossível pensar num quadro de estabilidade com relação à segurança pública de tal maneira que se protegesse por completo dos efeitos da criminalidade em sentido amplo. Porém, isso não significa que o Estado tenha de lavar as mãos e conformar-se com o quadro, devendo, portanto, tomar medidas sérias e rígidas de combate à criminalidade e à preservação da segurança nacional, adotando novas soluções tanto no quadro jurídico e institucional como no operacional que estejam à altura da sofisticação da criminalidade.
    Não se pode sustentar em políticas de combate à criminalidade deficitária e que não atingem o bem comum, em procedimentos lentos e sem eficácia, pois não configuram respeito aos direitos fundamentais.
    Os investimentos em segurança pública estão muitíssimo aquém do que seria necessário para se começar a pensar em oferecer segurança. Uma grande prova, é o crescimento dos gastos dos estados e municípios para combater a violência em contraposição aos investimentos federais que caem paulatinamente.
    A conseqüência é que o número de encarcerados cresce a cada dia, de maneira assustadora sem que haja capacidade do sistema prisional de absorver esses excluídos da sociedade.
    O déficit de nosso sistema prisional é drástico e, lamentavelmente o estado não consegue disponibilizar novas vagas e, basta acompanhar os jornais, para que nossas perspectivas tornem-se, ainda mais desanimadoras.

ALUNA: Aline Vilas Boas Araújo Dantas
SÉRIE: 1º ano D Matutino

Artigo de Opinião

Brasil, Sede da copa e Olimpíadas.

 O Brasil nos próximos anos será a sede da copa e das olimpíadas e receberá todos os países que participarão delas, eis à questão, tenho dois pontos positivos e um negativo. 1° A grande divulgação do nosso país e o grande lucro nesses eventos. 2° A grande geração de empregos para milhares de brasileiros. 3°Será que o Brasil está pronto para ser sede da copa e das olimpíadas?

Escolhido como sede o Brasil ganhará turistas vindo de toda a parte do mundo, tendo uma divulgação ampla do nosso país que consequentemente trará mais e mais turistas tanto nessa época da copa e das olimpíadas, mas também em outras épocas, e com isso as cidades ficaram cheias e o Brasil terá um lucro financeiro alto por gastos de hotéis, comida, transportes e etc.
       
Outro ponto positivo com Brasil sendo sede é o emprego para o brasileiro, a geração de empregos pelo fato disso vai aumentar e muito, gerando renda mensal para milhares de trabalhadores em todas as áreas de emprego, acabando com o sofrimento de milhares de famílias.

Mas será que o Brasil está pronto para isso? Nosso sistema de saúde está adequado para isso? E a segurança?
Estamos vendo todo dia, casos e mais casos que talvez o Brasil não esteja preparado para ser sede. O caos na saúde, os grandes congestionamentos, a grande falta de segurança. Um grande exemplo da insegurança é os arrastões que existem muito nas praias, a demora no atendimento a saúde etc.

Concluindo que o Brasil com isso ganhará muito, só no simples fato de ser sede, o turismo aumentará 100 por cento, a divulgação fora do nosso país e o lucro com turistas gastando em hotéis, comidas e etc.
Consequentemente o grande número de empregos para muitas pessoas.
Mas com isso o Brasil tá pronto para comandar tudo isso? Até lá temos que analisar as melhores formas de resolver o caos na saúde, a falta de segurança e etc.

Autor:Raphael Vinícius  1°D


Artigo de Opinião

Sistema único de saúde
O sistema único de saúde (SUS) foi criado para que toda população brasileira tenha acesso ao atendimento publico de saúde.                        Mas isso não é o que anda acontecendo, o atendimento público para o cidadão brasileiro está cada vez mais ficando pior, pois os hospitais estão ficando muito lotados e os médicos não estão dando assistência a todos os pacientes, Às vezes os pacientes chegam aos hospitais em casos muito graves que precisam ser urgentemente atendidos e acaba indo embora sem que isso aconteça, pelo fato da desorganização do poder publico, muitas vezes por besteiras. Ex: falta de ambulância para serem transportadas para outros locais mais apropriados, falta de médicos especializados entre outras coisas. Pois os hospitais estão cada vez mais desorganizados.                                                                                                  Outro fator que está acontecendo muito no Brasil é a falta de médicos capacitados para exercerem seus cargos.                                                                                                 Todas as pessoas têm o direito de ser atendida toda vez que precisarem, mas isto não é o que acontece. E para que isso não aconteça às pessoas tem que tomarem uma atitude de se juntarem e ir até o poder publico e reivindicar contra a ausência de atendimento nos hospitais da rede publica. A única medida que temos que tomar é se juntar com a população e fazer protestos, passeata, entre outros atitudes para denunciar a falta de atendimento publico.                                                                                                    Essa medida tem que ser tomada o mais rápido possível, pois o índice de morte dos brasileiros está cada vez mais aumentando, E isso é pior para nós brasileiros, pois poderemos precisar do atendimento público a qualquer hora.                  

Autor: Michel Jorge da Silva Rubino 1°D


Artigo de Opinião

Brasil: sede da copa e das olimpíadas

Nossa população está radiante de alegria com a copa e as olimpíadas que serão realizadas aqui em nosso país, mas será que o Brasil tem possibilidade de realizar esses eventos tão importantes no mundo esportivo? E como iremos pagar tantos gastos com estádios, ginásios e outras coisas que custam milhões? Bem não só há desvantagens em realizar esses eventos pelo menos aumentarão a quantidade de pessoas empregadas e teremos novos metrôs e estádios.
Sim o Brasil tem condições de sediar a copa e as olimpíadas se mudarem diversas coisas em nosso país, têm que se aumentar o número de hotéis, melhorarmos e muito a saúde e a educação e frear a violência, o que é difícil, mas não impossível só depende dos governantes do nosso Brasil.
Bem e de onde tiraremos dinheiro para tantas obras? Muitas pessoas se perguntam à mesma coisa todos os dias. Empréstimos a outros paises talvez, mas há um grande problema nisso, quanto tempo levaria para quitar tanto dinheiro? Alguns anos ou décadas provavelmente, outra divida enorme que o Brasil terá novamente por déficit à outros países mais ricos.
Apesar de todos esses problemas há coisas boas que são os empregos temporários e as reformas em nossos metrôs que durante esses anos serão reformados para receber tantos estrangeiros que visitarão nosso país daqui poucos anos, sem falar dos estádios muito modernos que teremos aqui.
Bem não podemos fazer muita coisa quanto às obras e o dinheiro que vai ser gasto, mas fiquemos na torcida para que dê tudo certo para que as obras sejam terminadas em seus determinados prazos, e que no final de tudo isso possamos tirar mais coisas positivas do que negativas desse momento que é muito importante para a história de nosso país.

Autor: Ewerton Rodrigues 1°D





Artigo de Opinião

O BRASIL SEDE DA COPA 2014 E OLIMPIADAS 2016
   O Brasil tem uma grande responsabilidade de sediar a copa do mundo e as olimpíadas,num intervalo de apenas dois anos ,ou seja,precisamos melhorar bastante,na educação,transportes,saúde,moradia,e segurança principalmente porque o Brasil tem uma grande quantidade de traficantes que podem estragar a nossa festa e oportunidade de fazermos a melhor copa e olimpíadas que já existiu no mundo,assim fazendo com que o nosso país fique mais reconhecível,virando um desenvolvido ficando entre os países de maior economia mundial.
   As olimpíadas e copa do mundo são os maiores eventos esportivos do mundo,e o Brasil foi o escolhido para “comandar” esses eventos,e essa é grande chance da gente muda nossa história de ser reconhecido como um país ’’violento’’.Para isso precisamos deixar nossa “marcar”nesses jogos esportivos fazendo uma melhor atuação do que esperavam,mostrado que também somos o país do Futebol.
   O Brasil teve uma grande experiência com o PANAMERICANO em 2007 realizado no Rio de janeiro foi uma grande festa, más isso não é o bastante para que estejamos preparados para sediarem os eventos de maior importância no mundo esportivo,por que o gasto é muito maior em relação ao PANAMERICANO.
    A geração de emprego com essas obras em metrôs e estádios e o reforçamento na segurança, isso é vantagem para o povo brasileiro que está desempregado e precisando de dinheiro para sustentar a família e engressar numa profissão.
   Não podemos desperdiçar essas raras oportunidades para desenvolvermos um bom trabalho,e possamos fazermos uma bela exibição do nosso país,e mostramos o que temos de melhor.Esse é o desafio de todos os brasileiros.Vamos enfrentar todos o problemas para que temos um festa maravilhosa e mundialmente reconhecida.           


 ALUNO-HENRIQUE BRITO




Artigo de Opinião 


 A saúde está na UTI 

Atualmente não é segredo pra ninguém a problemática existente hoje no sistema de saúde pública em todo o Brasil . São inúmeras filas , carência de médicos em diversas especialidades  dentre outros graves problemas que prejudicam  principalmente a camada mais carente  da sociedade . Essa situação infelizmente está sendo vivenciada com freqüência na querida “cidade do ouro” .

Basta  acompanhar os meios de comunicação , que é visto as inúmeras reclamações feitas pela população jacobinense em relação à qualidade do serviço oferecido aos mesmos. O interessante é que a cidade foi governada nos últimos anos por médicos , e hoje tem como “cabeça” do executivo um ex-prefeito que é médico .

Não quero aqui apontar culpados ou inocentes  , mas a verdade é que  as críticas à área da saúde se iniciaram junto com a atual administração , há dois anos atrás era raro ouvir quaisquer reclamações em relação a essa área , era mais fácil ser ouvidos elogios do que reclamações por parte da população .

A realidade é que a “saúde está na UTI” em Jacobina . O ruim é saber que nem isso aqui temos , o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência)  e a UTI são alguns dos serviços desejadas pela população , que por falta de sensibilidade ou de competência do setor público ainda não chegaram na cidade , foi preciso ser feita uma mobilização por parte da sociedade e de vários segmentos da mesma para pressionar as autoridades quanto ao problema . Vidas estão sendo acabadas por falta de serviços como estes no município  . É um absurdo ser preciso os cidadãos  irem as ruas para reclamar direitos dos mesmos , é uma vergonha para os poderes de esfera municipal e estadual .

A mobilização passou faz um tempo  , as promessas  ficaram e as vidas continuam sendo perdidas , termino esse artigo demonstrando  minha indignação como jacobinense e pessoa que um dia possa precisar de tais especialidades médicas .

Matheus Maia

   
Artigo de Opinião
 
Presídios
                Muita gente pensa que quando um presídio vai ser instalado em qualquer local, essa área vai ter mais segurança, entretanto os moradores da região que receberá o presídio não pensam assim, a maioria pensa que a quantidade de crimes irá aumentar, como?
                Se o presídio receber algum detento que comanda um esquema tático de drogas, armas ou materiais ilegais, certamente irá passar os comandos para seus agentes o que eles devem fazer, ou seja, matar, furtar ou fraudar algo, assim os perigosos irão frequentar aquele local, aumentando  os índices de crimes no local, deixando os moradores com receio de sair nas ruas.
                A solução para esse problema poderia ser a criação dos presídios fora do perímetro urbano, mas também fora das regiões onde muitas pessoas moram na zona rural.   


Flávio Gama Sena
Artigo de Opinião

    
Saúde pública. Algumas considerações Sobre.

Conforme o ART. 196 da sessão 2, que trata da Saúde, na Constituição Federal “A saúde é direito de todos e dever do Estado garantindo mediante políticas sociais e econômicas que visem a redução de riscos de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.” Comparando esse princípio com as situações reais, apresentadas diariamente pela mídia ou vivenciada por mim mesma, posso levantar três questionamentos. 1º Por que milhares de pessoas morrem na fila de espera por atendimento médico hospitalar?
2º Por que muitas das pessoas que conseguem ser atendidas morrem, ora por falta de atendimento, ora por insuficiência ou falta de equipamentos, medicamentos e/ou profissionais?
3º E, ainda, por que uma minoria – brasileiros economicamente superiores – pagam por planos de saúde que garantem atendimento diferenciado?
        Analisando o artigo 196 apresentado no primeiro parágrafo, pude perceber que a prevenção das doenças é uma obrigação do Estado para com a população brasileira, portanto, é um direito nosso. As enormes filas de espera são, contudo, consequência da inexistência de políticas de prevenção e combate de doenças que poderiam ser evitadas, visto que, geralmente, estão relacionadas às questões de higiene.
       Para responder a segunda questão devemos refletir sobre a promoção da saúde em diferentes áreas do Brasil. Quanto mais distante a região estiver do centro de desenvolvimento (Sul e Sudeste) mais precária é a assistência médica. Isso porque, dentre outros fatores, faltam escolas de medicina acessíveis à população (cursos caros e poucas vagas nas universidades publicas), investimentos para aquisição de equipamentos para diagnóstico, aparelhamentos de ambientes ambulatoriais e cirúrgicos, bem como instalação de unidades de tratamento intensivo, o que faz com que muitas pessoas venham a óbito mesmo dentro dos hospitais.
        Diante desse quadro de deficiência nos atendimentos oferecidos pelo governo, a fração de brasileiros detentores de um poder aquisitivo superior se destaca da população de massa e passa a desfrutar do poder que o seu dinheiro proporciona. Confirmando, assim, minhas suspeitas de que a constituição que rege nosso país é um belo documento que, como todos dizem, não sai do papel.
       Para concluir posso afirmar que as respostas supracitadas são insuficientes para responder os questionamentos levantados. Porém, servem para evidenciar os problemas que afetam a saúde publica e a impede de cumprir o que é declarado pela lei, no que se refere à obrigação do Estado em assegurar os direitos básicos do cidadão.


Nathália Gomes – 1º D



Artigo de Opinião 


 Presídios

Nos últimos tempos,os presidiários  do Brasil estão cada vez mais
crescendo em nossa sociedade ; é pais matando filhos,filhos matan-
do pais; e assim susessivamente . Estamos vivemos em um mundo
cada dia mais violento , com tantas violências que há neste mundo .
Em nossas próprias casas dormimos com medo pensando se vamos
estar no dia seguinte vivos ou não .  O aumento dos presidiários
está surpreendendo a nossa sociedade, de Janeiro de 2010 até agora
nos jornais só vemos o número de presídios crescendo a cada dia .
A quantidade de pessoas sendo presos(as); a maioria são de menores,
cometendo qualquer um ato que seja proibído . Quantos jovens hoje
não estão sendo presos por drogas , cocaína etc ... e os pais onde es-
tão nessas oras ? Alguns nem lares não tem é por isso que os presidiá-
rios vivem essas vidas sujas por muito das vezes por falta de conheci-
mento, alguns pais não estão nem aí para seus filhos , não se importa
com eles , muitos pais estão cansados dos filhos serem usuários de drogas
ou sendo presos facilmente pela polícia.
Vamos fazer com que os jovens presidiários a quantidade seja cada vez
mais abaixo de 50 %  e assim cada um poderá viver em mundo melhor com
menos violência . Vamos fazer com que os presídios  viva melhor e possa
está sneod a cada dia umas pessoas direitas , um cidadão que as pesso-
as queira o bem . 

Aluna : Micaela Brito 



  Artigo de opinião


                                       Jacobina os dois lados da moeda 

Jacobina se localiza na Bahia, cidade com muitos pontos turísticos e festas tradicionais, mas apesar de tamanha beleza a saúde de Jacobina está em situação precária.
Rodeada por serras a cidade tem  turismos, as cachoeiras belíssimas encantam pessoas de todo os lugares do mundo, as serras atraem pessoas aventureiras que gostam de trilhas e escaladas.
A cidade é composta de muita tradição, tem como maior atração a micareta que é realizada todo ano trazendo cada vez mais turistas para a cidade, a caminhada da primavera também realizada todo ano, é pela manhã e vai ate a noite.
Mas infelizmente apesar de tamanha beleza a saúde de Jacobina só piora, a nova gestão não aceitou a vinda da SAMU para  a cidade trazendo assim revolta para a população, os hospitais do município não tem o bom atendimento  que deveria ter, tratando o povo com desprezo.
Os Jacobinenses  são pessoas acolhedoras, mas que  precisam de uma melhoria no atendimento público de saúde, sendo assim, a gestora necessita repensar no assunto da SAMU e desta vez aceitar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência.

Kariane rocha Menezes - 1ª  ano D 




ARTIGO DE OPINIÂO 

                 Olimpíadas e Copa do Mundo: destaque ao Brasil?



         Os principais eventos esportivos mundiais, a serem sediados pelo Brasil nos próximos anos, prometem gerar resultados substanciais para a economia e para o crescimento do país. Onde os impactos econômicas que sofrerão as cidades sedes dos dois eventos mundiais serão extremamente positivos, pois deverão gerar colocar as empresas em um ritmo mais acelerado de crescimento e desenvolvimento aumentando a competitividade entre elas e abrindo novas oportunidades de negócios e de emprego.
         Os impactos econômicos serão positivos, pois a economia das cidades onde serão sediados estes jogos irá fortalecer, pois haverá um significativo desenvolvimento em quase toda estruturas dos mesmos. Serão gastos 2,5 bilhões em reformas, mais haverá um ressarcimento com cerca de 183,2 bilhões de reais.
         Com todo este investimento, as empresas deverão se adaptar a um ritimo mais acelerado de produção e crescimento para poderem suprir a demanda de produtos que de repente serão usados neste evento esportivos mundiais.           
         Além disso, esse avanço nos negócios abrirá novas oportunidades de empregos mesmo que sejam temporários. Para poder dar uma mais estrutura de recepção a todos os visitantes que por aqui irão passar, ou seja, mais oportunidades pra melhorar a vida daqueles que conseguirem esses empregos.
         Em virtudes dos fatos mencionado, em minha opinião acho sim, que o Brasil por ser escolhido para sediar esses eventos muito importantes para o mundo esportivo, fortalecerá a nossa economia, melhorará a estrutura das cidades sedes e sem contar o destaque que o país terá durante esses jogos.



Aluna: Bruna Lima 


                                  Primeiro Andar

— O SENHOR não devia continuar morando aqui. Convinha ir para Minas, para
Campos do Jordão, qualquer lugar assim.
Depois que o médico saiu, ele deixou cair pesadamente o corpo na cama-patente,
as molas rangeram. Ficou fumando para o teto sem pensar em nada. Aos poucos o
quarto ia-se escurecendo. Pela janela estreita o reflexo vermelho de um anúncio
luminoso. Lá embaixo na rua o ruído do tráfego. Findo o cigarro, esmagou-o no
cinzeiro de ferro e ergueu-se, espreguiçando. Tossiu duas vezes, foi até a pia a um canto
e escarrou. Acendeu a luz para ver: não havia mais sangue. Deixou que a água da
torneira corresse um instante, depois ficou a andar pelo quarto — em duas passadas
percorria-o em toda a sua extensão. Deteve-se diante da mesinha, encheu meio cálice de
conhaque e bebeu. Era o que restava na garrafa. Bateram à porta.
— Entra — resmungou, aborrecido:
O porteiro entrou, olhando-o alarmado:
— O senhor está melhor?
— Não foi nada — explicou, displicente. — Um acesso à-toa, já estou
acostumado. Bom sujeito, esse médico que você me arranjou, não quis cobrar nada.
O outro continuava a olhá-lo como a um fantasma.
— Que cara é essa? Nunca me viu?
— O médico disse...
— Esquece isso.
Voltou a andar de um lado para outro. Acostumara-se àquele quarto, às luzes da
Cinelândia que mal podia vislumbrar da janela, ao elevador de grades enferrujadas que
subia rangendo até o quinto andar. Era um hotelzinho antigo, apertado entre dois
grandes prédios do centro — em breve seria vendido para demolição. Viera para ali
apenas de passagem, depois do apartamento de que tivera de se desfazer. E fora
ficando. As coisas não andavam nada boas para um homem de rádio como ele, sem
emprego fixo, compositor de outros tempos, doente e, o que era pior, de inspiração
escassa. Acabara se afeiçoando ao porteiro: um ratinho assustado que deslizava sem
ruído pelos corredores, e de quem sabia desenterrar velhos casos do hotel, ainda nos
seus bons tempos. Já pensara até em dedicar-lhe um samba.
— Olha aí — mostrou-lhe a garrafa: — Já acabou.
Fora o único que se lembrara dele no último Natal, tivera a suprema delicadeza de
lhe trazer aquele conhaque — nacional, mas dos melhores.
— Como é: vamos jantar?
De vez em quando jantavam juntos num restaurante da Lapa, cada um pagava o
seu. Mais de uma vez, porém, o homenzinho lhe emprestara dinheiro.
— O senhor, com essa sua saúde, não devia ficar bebendo não.
— Essa é boa: foi você mesmo quem me deu!
— Sabe? O senhor, assim doente, morando aqui...
Via-se que ele queria dizer alguma coisa, não sabia como:
— Já sei: você acha que eu devia me internar.
— Não! Eu acho é que o senhor devia se mudar para o primeiro andar.
— Primeiro andar? Mas se eu preciso é justamente de ar fresco... Devia me mudar
é para o andar de cima.
— Não, não! — fez o homenzinho, cada vez mais aflito: — O senhor não está
me entendendo: um quarto no primeiro andar seria melhor.
— Os do primeiro andar são tão ruins como este, meu velho.
— É, mas aqui tem esse elevador que não cabe nada dentro.
Olhou-o, intrigado:
— Onde é que você quer chegar com essa conversa? Fale de uma vez, homem.
— O senhor por favor não me leve a mal. É que se acontecer alguma coisa... vai
criar um problema para mim. Já imaginou? A dificuldade?
Só então, estupefato, entendeu o que o outro, na sua aflição, não tinha coragem
de dizer. Sua primeira reação foi achar graça:
— Você acha que eu estou tão mal assim, é?
— Quem, eu? Não, longe de mim. Ê que o médico disse...
— Eu não seria o primeiro a morrer neste hotel, que é que há? — riu-se ele.
— O senhor está rindo? Deus me livre que aconteça uma coisa dessas, mas
imagine minha situação se acontece. O senhor é muito comprido, olha só o tamanho
das suas pernas. E o elevador...
— Desce pela escada — sugeriu.
— Não dá — o outro atalhou com intensidade: — Já estive estudando a situação.
Não dá de jeito nenhum. É muito apertadinha, cheia de curvas.
Resolveu interessar-se pelo problema:
— Como é que não dá? Vamos até ali fora para ver.
Saíram os dois do quarto e junto à escada puseram-se de frente um para o outro,
curvados, como se transportassem uma coisa pesada.
— Assim. Agora vai virando devagar. Olha aí, eu não dizia? Chegando aqui tem
uma quina, não passa de jeito nenhum.
— E são cinco andares...
— Para o senhor ver.
— Pela janela?
— Ah, isso então nem é bom pensar. Calaram-se, ficando olhando um para o
outro.
— Está bem — encerrou ele: Eu me mudo. Agora, por favor esquece isso e
vamos jantar.
Foram jantar, e no dia seguinte ele se mudava para o primeiro andar.
Morreu dois meses depois. Na rua.

Primeiro Andar é uma crônica humorística de Fernando Sabino que mostra como o destino pode ser irônico com as pessoas.
Usando como personagens um moribundo, residente no quinto andar de um velho hotel, e seu único amigo, o porteiro do estabelecimento, Fernando constrói duas situações engraçadas:
A primeira, quando o porteiro tenta convencer o moribundo a se mudar para o primeiro andar, já que, como ele estava perto de morrer, seria mais fácil tira-lo do quarto quando isso acontecesse; E a segunda, quando ele fala que depois de ter mudado para o primeiro andar, a pedido do porteiro, o moribundo morre. Na rua. 

By - Nathália Gomes 


História em Quadrinhos - Crônica : A última Crônica

                   

  
Alunas: Nathália Gomes, Jaqueline Lima, Graziela e Caroline S.

 O sexto sentido das mulheres
.
Certo dia, parei para observar as mulheres e só pude concluir uma coisa: elas não são humanas. São espiãs. Espiãs de Deus, disfarçadas entre nós.
.
Pare para refletir sobre o sexto sentido. Alguém duvida que ele exista? E, como explicar que ela saiba exatamente qual mulher, entre as presentes, em uma reunião, seja aquela que dá em cima de você... Ou é a que você dá em cima? E, quando ela antecipa que alguém tem algo contra você, que alguém está ficando doente ou que você quer terminar o relacionamento?
.
E, quando ela diz que vai fazer frio e manda você levar um casaco? Rio de Janeiro, 40ºC, você vai pegar um avião para São Paulo. Só meia-hora de vôo. Ela fala para você levar um casaco, porque "vai fazer frio". Você não leva. O que acontece? O avião fica preso no tráfego, em terra, por quase duas horas, depois que você já entrou, antes de decolar. O ar condicionado chega a pingar gelo de tanto frio que faz lá dentro!
.
O sexto sentido não faz sentido! É a comunicação direta com Deus! Assim é muito fácil... . As mulheres são mães! E preparam, literalmente, gente dentro de si. Será que Deus confiaria tamanha responsabilidade a um reles mortal? E não satisfeitas em ensinar a vida, elas insistem em ensinar a vivê-la, de forma íntegra, oferecendo amor incondicional e disponibilidade integral. Fala-se em "praga de mãe", "amor de mãe", "coração de mãe"... Tudo isso é meio mágico... Talvez ele tenha instalado o dispositivo "coração de mãe" nos "anjos da guarda" de seus filhos (que, aliás, foram criados à sua imagem e semelhança).
.
As mulheres choram, vazam ou extravasam? Homens também choram, mas é um choro diferente. As lágrimas das mulheres têm um não sei quê que não quer chorar, um não sei quê de fragilidade, um não sei quê de amor, um não sei quê de tempero divino, que tem um efeito devastador sobre os homens... É choro feminino; é choro de mulher... Já viram como as mulheres conversam com os olhos? Elas conseguem pedir uma à outra para mudar de assunto com apenas um olhar. Elas fazem um comentário sarcástico com outro olhar. E apontam uma terceira pessoa com outro olhar. Quantos tipos de olhar existem? Elas conhecem todos... Parece que freqüentam escolas diferentes das que freqüentam os homens! E é com um desses milhões de olhares que elas enfeitiçam os homens. En-fei-ti-çam!
.
O amor leva as mulheres para perto de Deus... já que ele é o próprio amor. Por isso, dizem "estar nas nuvens", quando apaixonadas. Com todo esse amor de mãe, esposa e amiga, elas ainda são mulheres a maior parte do tempo. Mas elas são anjos depois do sexo-amor. É nessa hora que elas se sentem o próprio amor encarnado e voltam a ser anjos. E levitam. Algumas até voam. Mas os homens não sabem disso. E nem poderiam... Porque são tomados por um encantamento que os faz dormir nessa hora. 

( Fernando Sabino ) 

Comentário : O Autor nos mostra de forma simples , e com exemplos que vivenciamos no dia - a - dia algumas características das mulheres , que na maioria das vezes não percebemos , além disso enaltece a figura da mulher mãe , filha , esposa , amiga , etc .

Aluno : Matheus Maia 



A Ultima Crônica (Luis Fernando Sabino)

  
A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café
  junto ao balcão. Na realidade estou adiando o momento de escrever.
                                    
                                    
  A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou
do irrisório no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da convivência,
   que a faz mais digna de ser vivida. Visava ao circunstancial, ao
   episódico. Nesta perseguição do acidental, quer num flagrante de
esquina, quer nas palavras de uma criança ou num acidente doméstico,
torno-me simples espectador e perco a noção do essencial.
Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo meu café, enquanto o
verso do poeta se repete na lembrança: "assim eu quereria o meu último
poema". Não sou poeta e estou sem assunto. Lanço então um último olhar
     fora de mim, onde vivem os assuntos que merecem uma crônica.
                                    
                                    
     Ao fundo do botequim um casal de pretos acaba de
       sentar-se, numa das últimas mesas de mármore ao longo da parede de espelhos. A compostura da humildade, na contenção de gestos e palavras, deixa-se acrescentar pela presença de uma negrinha
de seus três anos, laço na cabeça, toda arrumadinha no vestido pobre, que se instalou também à mesa: mal ousa balançar as perninhas
curtas ou correr os olhos grandes de curiosidade ao redor. Três seres
  esquivos que compõem em torno à mesa a instituição tradicional da
família, célula da sociedade. Vejo, porém, que se preparam
                   para algo mais que matar a fome.
                                    
       Passo a observá-los. O pai, depois de contar o dinheiro
     que discretamente retirou do bolso, aborda o garçom,
inclinando-se para trás na cadeira, e aponta no balcão um
    pedaço de bolo sob a redoma. A mãe limita-se a ficar olhando
 imóvel, vagamente ansiosa, como se aguardasse a aprovação do garçom. Este ouve, concentrado, o pedido do homem e depois se afasta
para atendê-lo. A mulher suspira, olhando para os lados, a
      reassegurar-se da naturalidade de sua presença ali. A meu
 lado o garçom encaminha a ordem do freguês. O homem atrás do balcão
 apanha a porção do bolo com a mão, larga-o no pratinho -- um bolo
    simples, amarelo-escuro, apenas uma pequena fatia
                             triangular.
                                    
        A negrinha, contida na sua expectativa, olha a garrafa de Coca-Cola e o pratinho que o garçom deixou à sua frente.
Por que não começa a comer? Vejo que os três, pai, mãe e
      filha, obedecem em torno à mesa um discreto ritual. A mãe remexe na bolsa de plástico preto e brilhante, retira qualquer coisa. O
 pai se mune de uma caixa de fósforos, e espera. A filha aguarda também, atenta como um animalzinho. Ninguém mais os
                         observa além de mim.
                                    
       São três velinhas brancas, minúsculas, que a mãe espeta
 caprichosamente na fatia do bolo. E enquanto ela serve a Coca-Cola,
 o pai risca o fósforo e acende as velas. Como a um gesto
ensaiado, a menininha repousa o queixo no mármore e sopra
 com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a bater palmas, muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se juntam, discretos: "parabéns pra você, parabéns pra você..." Depois a mãe recolhe as velas, torna a guardá-las na bolsa.
    A negrinha agarra finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas
  e põe-se a comê-lo. A mulher está olhando para ela com ternura --
 ajeita-lhe a fitinha no cabelo crespo, limpa o farelo de
    bolo que lhe cai ao colo. O pai corre os olhos pelo botequim,
      satisfeito, como a se convencer intimamente do sucesso da
    celebração. Dá comigo de súbito, a observá-lo, nossos olhos se
encontram, ele se perturba, constrangido -- vacila, ameaça
abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se
                          abre num sorriso.
                                    
        Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura
              como esse sorriso.


Comentário: Na crônica de Luis Fernando Sabino “A Ultima Crônica” Fala de que no último dia do ano, um jornalista anda pelo bairro conversando ao telefone celular. Desculpa-se com o seu chefe por não estar inspirado para escrever a última crônica a ser publicada pelo jornal em que trabalha. Apesar de atravessar as mais bizarras situações não encontra fonte de inspiração para a sua crônica.Ao Entrar em um bar onde assiste uma cena com um a família humilde que o comove e o inspira a fazer esta ultima cronica.
By- Bruno Santana

Comentário: " A última crônica" é uma crônica metalinquistica escrita por Fernando Sabino onde ele conta a história de um cronista que trabalhava para um jornal. O cronista estava sem inspiração para escrever a sua última crônica, e desculpava-se para seu chefe no telefone celular, mesmo passando por muitas situações ele não encontrava uma inspiração para a sua crônica, ao entrar em um bar, o cronista presencia uma cena de um aniversário de um membro de uma família humilde, e ao ver o belo sorriso da aniversariante ele econtra a sua inspiração!
Por: Túlio Nunes


Alunos : Túlio Nunes, Bruno Santana, Osmário Bispo, Felipe Mota.
O Gato sou eu

- Aí então, eu sonhei que tinha acordado. Mas continuei dormindo.
- Continuou dormindo.
- Continuei dormindo e sonhando. Sonhei que estava acordado na cama, e ao lado, sentado na cadeira, tinha um gato me olhando.
- Que espécie de gato?
- Não sei. Um gato. Não entendo de gatos. Acho que era um gato preto. Só sei que me olhava com aqueles olhos parados de gato.
- A que você associa essa imagem?
- Não era uma imagem: era um gato.
- Estou dizendo a imagem do seu sonho: essa criação onírica simboliza uma profunda vivência interior. É uma projeção do seu subconsciente. A que você associa ela?
- Associo a um gato.
- Eu sei: aparentemente se trata de um gato. Mas na realidade o gato, no caso, é a representação de alguém. Alguém que lhe inspira um temor reverencial. Alguém que a seu ver está buscando desvendar o seu mais íntimo segredo. Quem pode ser essa alguém, me diga? Você deitado aí nesse divã como na cama em seu sonho, eu aqui nesta poltrona, o gato na cadeira… Evidentemente esse gato sou eu.
- Essa não, doutor. A ser alguém, neste caso o gato sou eu.
- Você está enganado. E o mais curioso é que, ao mesmo tempo, está certo, certíssimo, no sentido em que tudo o que se sonha não passa de uma projeção do eu.
- Uma projeção do senhor?
- Não: uma projeção do eu. O eu, no caso, é você.
- Eu sou o senhor? Qual é, doutor? Está querendo me confundir a cabeça ainda mais? Eu sou eu, o senhor é o senhor, e estamos conversados.
- Eu sei: eu sou eu, você é você. Nem eu iria pôr em dúvida uma coisa dessas, mais do que evidente. Não é isso que eu estou dizendo. Quando falo no eu, não estou falando em mim, por favor, entenda.
- Em quem o senhor está falando?
- Estou falando na individualidade do ser, que se projeta em símbolos oníricos. Dos quais o gato do seu sonho é um perfeito exemplo. E o papel que você atribui ao gato, de fiscalizá-lo o tempo todo, sem tirar os olhos de você, é o mesmo que atribui a mim. Por isso é que eu digo que o gato sou eu.
- Absolutamente. O senhor vai me desculpar, doutor, mas o gato sou eu, e disto não abro mão.
- Vamos analisar essa sua resistência em admitir que eu seja o gato.
- Então vamos começar pela sua insistência em querer ser o gato. Afinal de contas, de quem é o sonho: meu ou seu?
- Seu. Quanto a isto, não há a menor dúvida.
- Pois então? Sendo assim, não há também a menor dúvida de que o gato sou eu, não é mesmo?
- Aí é que você se engana. O gato é você, na sua opinião. E sua opinião é suspeita, porque formulada pelo consciente. Ao passo que, no subconsciente, o gato é uma representação do que significo para você. Portanto, insisto em dizer: o gato sou eu.
- E eu insisto em dizer: não é.
- Sou.
- Não é. O senhor por favor saia do meu gato, que senão eu não volto mais aqui.
- Observe como inconscientemente você está rejeitando minha interferência na sua vida através de uma chantagem…
- Que é que há, doutor? Está me chamando de chantagista?
- É um modo de dizer. Não vai nisso nenhuma ofensa. Quero me referir à sua recusa de que eu participe de sua vida, mesmo num sonho, na forma de um gato.
- Pois se o gato sou eu! Daqui a pouco o senhor vai querer cobrar consulta até dentro do meu sonho.
- Olhe aí, não estou dizendo? Olhe a sua reação: isso é a sua maneira de me agredir. Não posso cobrar consulta dentro do seu sonho enquanto eu assumir nele a forma de um gato.
- Já disse que o gato sou eu!
- Sou eu!
- Ponha-se para fora do meu gato!
- Ponha-se para fora daqui!
- Sou eu!
- Eu!
- Eu! Eu!
- Eu! Eu! Eu!

 
Comentário
A crônica relata  um dialogo entre um doutor e seu paciente, que discutem por causa de um gato do sonho
Eles brigam pra saber quem é o tal gato e não chegam
Acordo algum 

Alunas : Kariane , Mariane , Ruth e Walquiria 

A enguia
Ao alvorecer, na pequenina aldeia, à beira-mar, padre João, ainda estremunhado de sono, vai seguindo a praia branca, a caminho da igrejinha, que parece ao longe clara e alegre, levantando no nevoeiro a sua torre esbelta. Lá vai o bom pároco dizer a sua missa e pregar o seu sermão de quaresma... Velho e gordo, muito velho e muito gordo, padre João é muito amado de toda a gente do lugar. E os pescadores que o vêm vão deixando as redes e vão também seguindo para a igreja. E o bom pároco abençoa as suas ovelhas, e vai sorrindo, sorrindo, com aquele sorriso todo bondade e todo indulgência... À porta da igreja a Sra. Tomásia, velha devota que o adora, vem ao encontro dele:
- Padre João! Aqui está um regalo que lhe quero oferecer para o seu almocinho de hoje...
E tira do cabaz uma enguia, uma soberba enguia, grossa e apetitosa, viva, remexendo-se.
- Deus te pague, filha! - diz o bom padre, - e os seus olhos fulguram, cheios de júbilo e gula. E segura a enguia, e vai entrando com ela na mão, seguido da velha devota. Que bela enguia! - e padre João apalpa voluptuosamente o peixe...
Mas já aí vem o sacristão. A igreja está cheia... A missa vai começar... Que há de fazer o padre João da sua formosa enguia? Deixá-la ali, expô-la ao apetite do padre Antônio, que também é guloso? Padre João não hesita: levanta a batina e com um barbante amarra a enguia em roda da cintura.
A missa acaba. Padre João, comovido e grave, sobe ao púlpito rústico da igreja. E a sua voz pausada começa a narrar a delícia da abstinência e das privações: é preciso amar a Deus... é preciso evitar as torpezas do mundo... é preciso fugir das tentações da carne... E o auditório ouve com recolhimento a palavra suave do seu bom pároco.
Mas, de repente, que é aquilo? Os homens abrem os olhos espantados. Remexem-se as mulheres, levantando curiosamente os olhares para o púlpito... É que, na barriga do padre João, debaixo da batina, alguma coisa grossa está bulindo... E já na multidão de fiéis correm uns risinhos abafados...
Padre João compreende. Pobre pároco! Pobre pároco atrapalhado! Cora até a raiz dos cabelos, balbucia, fica tonto e confuso. Depois, cria coragem e, vencendo a vergonha, exclama:
— Não é nada do que pensais, filhas! Não é carne! É peixe! É peixe! Não é carne!...
E sacode no ar, com a mão trêmula, a enguia da senhora Tomásia...

Comentário :

Na minha opinião a crônica fala mais do que deveria sobre a vida dos padres,quem poucas pessoas tem intimidade de saber o fazem quando não estão servindo no templo.Ela também aborda coisas que,normalmente, não pensamos dos padres, como a pergunta feita na 19ª linha ou quando o padre esconde a enguia para não dividir com outra pessoa.

Aluno : Flávio Senna


O GATO SOU EU 

- Aí então, eu sonhei que tinha acordado. Mas continuei dormindo.
- Continuou dormindo.
- Continuei dormindo e sonhando. Sonhei que estava acordado na cama, e ao lado, sentado na cadeira, tinha um gato me olhando.
- Que espécie de gato?
- Não sei. Um gato. Não entendo de gatos. Acho que era um gato preto. Só sei que me olhava com aqueles olhos parados de gato.
- A que você associa essa imagem?
- Não era uma imagem: era um gato.
- Estou dizendo a imagem do seu sonho: essa criação onírica simboliza uma profunda vivência interior. É uma projeção do seu subconsciente. A que você associa ela?
- Associo a um gato.
- Eu sei: aparentemente se trata de um gato. Mas na realidade o gato, no caso, é a representação de alguém. Alguém que lhe inspira um temor reverencial. Alguém que a seu ver está buscando desvendar o seu mais íntimo segredo. Quem pode ser essa alguém, me diga? Você deitado aí nesse divã como na cama em seu sonho, eu aqui nesta poltrona, o gato na cadeira… Evidentemente esse gato sou eu.
- Essa não, doutor. A ser alguém, neste caso o gato sou eu.
- Você está enganado. E o mais curioso é que, ao mesmo tempo, está certo, certíssimo, no sentido em que tudo o que se sonha não passa de uma projeção do eu.
- Uma projeção do senhor?
- Não: uma projeção do eu. O eu, no caso, é você.
- Eu sou o senhor? Qual é, doutor? Está querendo me confundir a cabeça ainda mais? Eu sou eu, o senhor é o senhor, e estamos conversados.
- Eu sei: eu sou eu, você é você. Nem eu iria pôr em dúvida uma coisa dessas, mais do que evidente. Não é isso que eu estou dizendo. Quando falo no eu, não estou falando em mim, por favor, entenda.
- Em quem o senhor está falando?
- Estou falando na individualidade do ser, que se projeta em símbolos oníricos. Dos quais o gato do seu sonho é um perfeito exemplo. E o papel que você atribui ao gato, de fiscalizá-lo o tempo todo, sem tirar os olhos de você, é o mesmo que atribui a mim. Por isso é que eu digo que o gato sou eu.
- Absolutamente. O senhor vai me desculpar, doutor, mas o gato sou eu, e disto não abro mão.
- Vamos analisar essa sua resistência em admitir que eu seja o gato.
- Então vamos começar pela sua insistência em querer ser o gato. Afinal de contas, de quem é o sonho: meu ou seu?
- Seu. Quanto a isto, não há a menor dúvida.
- Pois então? Sendo assim, não há também a menor dúvida de que o gato sou eu, não é mesmo?
- Aí é que você se engana. O gato é você, na sua opinião. E sua opinião é suspeita, porque formulada pelo consciente. Ao passo que, no subconsciente, o gato é uma representação do que significo para você. Portanto, insisto em dizer: o gato sou eu.
- E eu insisto em dizer: não é.
- Sou.
- Não é. O senhor por favor saia do meu gato, que senão eu não volto mais aqui.
- Observe como inconscientemente você está rejeitando minha interferência na sua vida através de uma chantagem…
- Que é que há, doutor? Está me chamando de chantagista?
- É um modo de dizer. Não vai nisso nenhuma ofensa. Quero me referir à sua recusa de que eu participe de sua vida, mesmo num sonho, na forma de um gato.
- Pois se o gato sou eu! Daqui a pouco o senhor vai querer cobrar consulta até dentro do meu sonho.
- Olhe aí, não estou dizendo? Olhe a sua reação: isso é a sua maneira de me agredir. Não posso cobrar consulta dentro do seu sonho enquanto eu assumir nele a forma de um gato.
- Já disse que o gato sou eu!
- Sou eu!
- Ponha-se para fora do meu gato!
- Ponha-se para fora daqui!
- Sou eu!
- Eu!
- Eu! Eu!

COMENTÁRIOS:Excelente crônica escrita por Fernando Sabino, mas quem é o gato afinal? O psicanalista, tão atencioso em sua análise ou o cliente que lhe conta seu sonho? Entre um e outro, o gato firma-se como símbolo da liberdade incondicional de sonhar.(ALUNO:HENRIQUE BRITO)

 ALUNO: Henrique Brito

A Última Crônica


  A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café
  junto ao balcão. Na realidade estou adiando o momento de escrever.
                                    
                                    
  A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou
do irrisório no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da convivência,
   que a faz mais digna de ser vivida. Visava ao circunstancial, ao
   episódico. Nesta perseguição do acidental, quer num flagrante de
esquina, quer nas palavras de uma criança ou num acidente doméstico,
torno-me simples espectador e perco a noção do essencial.
Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo meu café, enquanto o
verso do poeta se repete na lembrança: "assim eu quereria o meu último
poema". Não sou poeta e estou sem assunto. Lanço então um último olhar
     fora de mim, onde vivem os assuntos que merecem uma crônica.
                                    
                                    
     Ao fundo do botequim um casal de pretos acaba de
       sentar-se, numa das últimas mesas de mármore ao longo da parede de espelhos. A compostura da humildade, na contenção de gestos e palavras, deixa-se acrescentar pela presença de uma negrinha
de seus três anos, laço na cabeça, toda arrumadinha no vestido pobre, que se instalou também à mesa: mal ousa balançar as perninhas
curtas ou correr os olhos grandes de curiosidade ao redor. Três seres
  esquivos que compõem em torno à mesa a instituição tradicional da
família, célula da sociedade. Vejo, porém, que se preparam
                   para algo mais que matar a fome.
                                    
       Passo a observá-los. O pai, depois de contar o dinheiro
     que discretamente retirou do bolso, aborda o garçom,
inclinando-se para trás na cadeira, e aponta no balcão um
    pedaço de bolo sob a redoma. A mãe limita-se a ficar olhando
 imóvel, vagamente ansiosa, como se aguardasse a aprovação do garçom. Este ouve, concentrado, o pedido do homem e depois se afasta
para atendê-lo. A mulher suspira, olhando para os lados, a
      reassegurar-se da naturalidade de sua presença ali. A meu
 lado o garçom encaminha a ordem do freguês. O homem atrás do balcão
 apanha a porção do bolo com a mão, larga-o no pratinho -- um bolo
    simples, amarelo-escuro, apenas uma pequena fatia
                             triangular.
                                    
        A negrinha, contida na sua expectativa, olha a garrafa de Coca-Cola e o pratinho que o garçom deixou à sua frente.
Por que não começa a comer? Vejo que os três, pai, mãe e
      filha, obedecem em torno à mesa um discreto ritual. A mãe remexe na bolsa de plástico preto e brilhante, retira qualquer coisa. O
 pai se mune de uma caixa de fósforos, e espera. A filha aguarda também, atenta como um animalzinho. Ninguém mais os
                         observa além de mim.
                                    
       São três velinhas brancas, minúsculas, que a mãe espeta
 caprichosamente na fatia do bolo. E enquanto ela serve a Coca-Cola,
 o pai risca o fósforo e acende as velas. Como a um gesto
ensaiado, a menininha repousa o queixo no mármore e sopra
 com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a bater palmas, muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se juntam, discretos: "parabéns pra você, parabéns pra você..." Depois a mãe recolhe as velas, torna a guardá-las na bolsa.
    A negrinha agarra finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas
  e põe-se a comê-lo. A mulher está olhando para ela com ternura --
 ajeita-lhe a fitinha no cabelo crespo, limpa o farelo de
    bolo que lhe cai ao colo. O pai corre os olhos pelo botequim,
      satisfeito, como a se convencer intimamente do sucesso da
    celebração. Dá comigo de súbito, a observá-lo, nossos olhos se
encontram, ele se perturba, constrangido -- vacila, ameaça
abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se
                          abre num sorriso.
                                    
        Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura
              como esse sorriso.

                     Fernando Sabino
Comentário: Na crônica de Fernando Sabino “A Ultima Crônica” Fala de uma pessoa que queria fazer sua última crônica do ano, porém não tinha inspiração para faze – lá, ele apesar de fazer crônicas do fruto da convivência da vida, que a faz mais digna de ser vivida, não tinha inspiração para fazer.Ele então entra no botequim, e sem inspiração toma seu café, ele olha no fundo do botequim vê um casal humilde de pretos com sua filha, ele os observa comemorando o aniversario da filha, aquela cena o chama atenção para fazer sua ultima crônica.

Aluno: Raphael Vinícius


Escuridão Miserável - Fernando Sabino
Eram sete horas da noite quando entrei no carro, ali no Jardim Botânico. Senti que alguém me observava, enquanto punha o motor em movimento. Voltei-me e dei com uns olhos grandes e parados como os de um bicho, a me espiar, através do vidro da janela, junto ao meio-fio. Eram de uma negrinha mirrada, raquítica, um fiapo de gente, encostada ao poste como um animalzinho, não teria mais que uns sete anos. Inclinei-me sobre o banco, abaixando o vidro:
- O que foi, minha filha? - perguntei, naturalmente pensando tratar-se de esmola.
- Nada não senhor - respondeu-me, a medo, um fio de voz infantil.
- O que é que você está me olhando aí?
- Nada não senhor - repetiu. - Esperando o bonde...
- Onde é que você mora?
- Na Praia do Pinto.
- Vou para aquele lado. Quer uma carona?
Ela vacilou, intimidada. Insisti, abrindo a porta:
- Entra aí, que eu te levo.
Acabou entrando, sentou-se na pontinha do banco, e enquanto o carro ganhava velocidade, ia olhando duro para a frente, não ousava fazer o menor movimento. Tentei puxar conversa:
- Como é o seu nome?
- Teresa.
- Quantos anos você tem, Teresa?
- Dez.
- E o que estava fazendo ali, tão longe de casa?
- A casa da minha patroa é ali.
- Patroa? Que patroa?
Pela sua resposta pude entender que trabalhava na casa de uma família no Jardim Botânico: lavava, varria a casa, servia a mesa. Entrava às sete da manhã, saía às oito da noite.
- Hoje saí mais cedo. Foi jantarado.
- Você já jantou?
- Não. Eu almocei.
- Você não almoça todo dia?
- Quando tem comida pra levar, eu almoço: mamãe faz um embrulho de comida para mim.
- E quando não tem?
- Quando não tem, não tem - e ela até parecia sorrir, me olhando pela primeira vez. Na penumbra do carro, suas feições de criança, esquálidas, encardidas de pobreza, podiam ser as de uma velha. Eu não me continha mais de aflição, pensando nos meus filhos bem nutridos - um engasgo na garganta me afogava no que os homens experimentados chamam de sentimentalismo burguês.
- Mas não te dão comida lá? - perguntei, revoltado.
- Quando eu peço eles me dão. Mas descontam no ordenado, mamãe disse pra eu não pedir.
- E quanto você ganha?
- Mil cruzeiros.
- Por mês?
Diminuí a marcha, assombrado, quase parei o carro, tomado de indignação. Meu impulso era voltar, bater na porta da tal mulher e meter-lhe a mão na cara.
- Como é que você foi parar na casa dessa... foi parar nessa casa? - perguntei ainda, enquanto o carro,ao fim de uma rua do Leblon, se aproximava das vielas da Praia do Pinto. Ela disparou a falar:
- Eu estava na feira com mamãe e então a madame pediu para eu carregar as compras e aí noutro dia pediu à mamãe pra eu trabalhar na casa dela então mamãe deixou porque mamãe não pode ficar com os filhos todos sozinhos e lá em casa é sete meninos fora dois grandes que já são soldados pode parar que é aqui moço, brigado.
Mal detive o carro, ela abriu a porta e saltou, saiu correndo, perdeu-se logo na escuridão miserável da Praia do Pinto.
 
COMENTÁRIO: Esta crônica ressalta o assunto sobre o abuso do trabalho infantil, em que uma menina de 10 anos, trabalha em uma casa no Jardim Botânico para uma moça rica e essa menina se alimenta muito mal, ou às vezes nem se alimenta.
 
Aluno: Nivaldo Guedes
 
 
   
O Homem Nú.
                          Fernando Sabino
Ao acordar, disse para a mulher:
— Escuta, minha filha: hoje é dia de pagar a prestação da televisão, vem aí o sujeito com a conta, na certa.  Mas acontece que ontem eu não trouxe dinheiro da cidade, estou a nenhum.
— Explique isso ao homem — ponderou a mulher.
— Não gosto dessas coisas. Dá um ar de vigarice, gosto de cumprir rigorosamente as minhas obrigações. Escuta: quando ele vier a gente fica quieto aqui dentro, não faz barulho, para ele pensar que não tem ninguém.   Deixa ele bater até cansar — amanhã eu pago.
Pouco depois, tendo despido o pijama, dirigiu-se ao banheiro para tomar um banho, mas a mulher já se trancara lá dentro. Enquanto esperava, resolveu fazer um café. Pôs a água a ferver e abriu a porta de serviço para apanhar o pão.  Como estivesse completamente nu, olhou com cautela para um lado e para outro antes de arriscar-se a dar dois passos até o embrulhinho deixado pelo padeiro sobre o mármore do parapeito. Ainda era muito cedo, não poderia aparecer ninguém. Mal seus dedos, porém, tocavam o pão, a porta atrás de si fechou-se com estrondo, impulsionada pelo vento.
Aterrorizado, precipitou-se até a campainha e, depois de tocá-la, ficou à espera, olhando ansiosamente ao redor. Ouviu lá dentro o ruído da água do chuveiro interromper-se de súbito, mas ninguém veio abrir. Na certa a mulher pensava que já era o sujeito da televisão. Bateu com o nó dos dedos:
— Maria! Abre aí, Maria. Sou eu — chamou, em voz baixa.
Quanto mais batia, mais silêncio fazia lá dentro.
Enquanto isso, ouvia lá embaixo a porta do elevador fechar-se, viu o ponteiro subir lentamente os andares...  Desta vez, era o homem da televisão!
Não era. Refugiado no lanço da escada entre os andares, esperou que o elevador passasse, e voltou para a porta de seu apartamento, sempre a segurar nas mãos nervosas o embrulho de pão:
— Maria, por favor! Sou eu!
Desta vez não teve tempo de insistir: ouviu passos na escada, lentos, regulares, vindos lá de baixo... Tomado de pânico, olhou ao redor, fazendo uma pirueta, e assim despido, embrulho na mão, parecia executar um ballet grotesco e mal ensaiado. Os passos na escada se aproximavam, e ele sem onde se esconder. Correu para o elevador, apertou o botão. Foi o tempo de abrir a porta e entrar, e a empregada passava, vagarosa, encetando a subida de mais um lanço de escada. Ele respirou aliviado, enxugando o suor da testa com o embrulho do pão.
Mas eis que a porta interna do elevador se fecha e ele começa a descer.
— Ah, isso é que não!  — fez o homem nu, sobressaltado.
E agora? Alguém lá embaixo abriria a porta do elevador e daria com ele ali, em pêlo, podia mesmo ser algum vizinho conhecido... Percebeu, desorientado, que estava sendo levado cada vez para mais longe de seu apartamento, começava a viver um verdadeiro pesadelo de Kafka, instaurava-se naquele momento o mais autêntico e desvairado Regime do Terror!
— Isso é que não — repetiu, furioso.
Agarrou-se à porta do elevador e abriu-a com força entre os andares, obrigando-o a parar.  Respirou fundo, fechando os olhos, para ter a momentânea ilusão de que sonhava. Depois experimentou apertar o botão do seu andar. Lá embaixo continuavam a chamar o elevador.  Antes de mais nada: "Emergência: parar". Muito bem. E agora? Iria subir ou descer?  Com cautela desligou a parada de emergência, largou a porta, enquanto insistia em fazer o elevador subir. O elevador subiu.
— Maria! Abre esta porta! — gritava, desta vez esmurrando a porta, já sem nenhuma cautela. Ouviu que outra porta se abria atrás de si.
Voltou-se, acuado, apoiando o traseiro no batente e tentando inutilmente cobrir-se com o embrulho de pão. Era a velha do apartamento vizinho:
— Bom dia, minha senhora — disse ele, confuso.  — Imagine que eu...
A velha, estarrecida, atirou os braços para cima, soltou um grito:
— Valha-me Deus! O padeiro está nu!
E correu ao telefone para chamar a radiopatrulha:
— Tem um homem pelado aqui na porta!
Outros vizinhos, ouvindo a gritaria, vieram ver o que se passava:
— É um tarado!
— Olha, que horror!
— Não olha não! Já pra dentro, minha filha!
Maria, a esposa do infeliz, abriu finalmente a porta para ver o que era. Ele entrou como um foguete e vestiu-se precipitadamente, sem nem se lembrar do banho. Poucos minutos depois, restabelecida a calma lá fora, bateram na porta.
— Deve ser a polícia — disse ele, ainda ofegante, indo abrir.
Não era: era o cobrador da televisão.
Comentário: A crônica retrata a manhã de um homem que por acidente acabou se expondo nu para os vizinhos, ele queria simplesmente pegar o pão do lado de fora da casa, mas à porta estava fechada e não poderia entrar porque tinha falado para a sua mulher que não era para abrir-la, pois um cobrador estava prestes a chegar. Os vizinhos ao vê-lo chamaram a polícia o acusando de ser um tarado. Mas ele estava nu porque ia tomar banho, mas como a sua mulher já estava no banheiro foi pegar o pão do lado de fora enquanto ela terminava. Com muito humor e criatividade Fernando Sabino com essa crônica nos permite imaginar toda a historia desse homem mostrando que devemos cumprir com nossas responsabilidades.
 
Aluna: Andressa Senna
 
 
 
Fernando Sabino - O gato sou eu!

 Aí então, eu sonhei que tinha acordado. Mas continuei dormindo.
- Continuou dormindo.
- Continuei dormindo e sonhando. Sonhei que estava acordado na cama, e ao lado, sentado na cadeira, tinha um gato me olhando.
- Que espécie de gato?
- Não sei. Um gato. Não entendo de gatos. Acho que era um gato preto. Só sei que me olhava com aqueles olhos parados de gato.
- A que você associa essa imagem?
- Não era uma imagem: era um gato.
- Estou dizendo a imagem do seu sonho: essa criação onírica simboliza uma profunda vivência interior. É uma projeção do seu subconsciente. A que você associa ela?
- Associo a um gato.
- Eu sei: aparentemente se trata de um gato. Mas na realidade o gato, no caso, é a representação de alguém. Alguém que lhe inspira um temor reverencial. Alguém que a seu ver está buscando desvendar o seu mais íntimo segredo. Quem pode ser essa alguém, me diga? Você deitado aí nesse divã como na cama em seu sonho, eu aqui nesta poltrona, o gato na cadeira… Evidentemente esse gato sou eu.
- Essa não, doutor. A ser alguém, neste caso o gato sou eu.
- Você está enganado. E o mais curioso é que, ao mesmo tempo, está certo, certíssimo, no sentido em que tudo o que se sonha não passa de uma projeção do eu.
- Uma projeção do senhor?
- Não: uma projeção do eu. O eu, no caso, é você.
- Eu sou o senhor? Qual é, doutor? Está querendo me confundir a cabeça ainda mais? Eu sou eu, o senhor é o senhor, e estamos conversados.
- Eu sei: eu sou eu, você é você. Nem eu iria pôr em dúvida uma coisa dessas, mais do que evidente. Não é isso que eu estou dizendo. Quando falo no eu, não estou falando em mim, por favor, entenda.
- Em quem o senhor está falando?
- Estou falando na individualidade do ser, que se projeta em símbolos oníricos. Dos quais o gato do seu sonho é um perfeito exemplo. E o papel que você atribui ao gato, de fiscalizá-lo o tempo todo, sem tirar os olhos de você, é o mesmo que atribui a mim. Por isso é que eu digo que o gato sou eu.
- Absolutamente. O senhor vai me desculpar, doutor, mas o gato sou eu, e disto não abro mão.
- Vamos analisar essa sua resistência em admitir que eu seja o gato.
- Então vamos começar pela sua insistência em querer ser o gato. Afinal de contas, de quem é o sonho: meu ou seu?
- Seu. Quanto a isto, não há a menor dúvida.
- Pois então? Sendo assim, não há também a menor dúvida de que o gato sou eu, não é mesmo?
- Aí é que você se engana. O gato é você, na sua opinião. E sua opinião é suspeita, porque formulada pelo consciente. Ao passo que, no subconsciente, o gato é uma representação do que significo para você. Portanto, insisto em dizer: o gato sou eu.
- E eu insisto em dizer: não é.
- Sou.
- Não é. O senhor por favor saia do meu gato, que senão eu não volto mais aqui.
- Observe como inconscientemente você está rejeitando minha interferência na sua vida através de uma chantagem…
- Que é que há, doutor? Está me chamando de chantagista?
- É um modo de dizer. Não vai nisso nenhuma ofensa. Quero me referir à sua recusa de que eu participe de sua vida, mesmo num sonho, na forma de um gato.
- Pois se o gato sou eu! Daqui a pouco o senhor vai querer cobrar consulta até dentro do meu sonho.
- Olhe aí, não estou dizendo? Olhe a sua reação: isso é a sua maneira de me agredir. Não posso cobrar consulta dentro do seu sonho enquanto eu assumir nele a forma de um gato.
- Já disse que o gato sou eu!
- Sou eu!
- Ponha-se para fora do meu gato!
- Ponha-se para fora daqui!
- Sou eu!
- Eu!
- Eu! Eu!
- Eu! Eu! Eu!
Comentário :    Fernando Sabino usa do seu bom humor para cativar os leitores dentro de uma perspectiva entre a realidade e o subconsciente humano relatada pelo homem. A linguagem pode se interrelacionar com a imagem de maneira clara, produzindo, além do entendimento, significados próprio da relação doutor/paciente.
   o gato firma-se como símbolo da liberdade incondicional de sonhar.

Aluna : Uilana Valois 
  

História em quadrinhos baseada na crônica " Cobrança " de Moacyr Scliar .



   Obs : O "balão da fala " direito é o que vem primeiro no diálogo . 


Grupo : Ewerton Rodriguês , Flávio Senna , Matheus Maia , Nivaldo Guedes e Raphael Vinicíus .

Conversinha Mineira  - Fernando Sabino


- É bom mesmo o cafezinho daqui, meu amigo?
- Sei dizer não senhor: não tomo café.
- Você é dono do café, não sabe dizer?
- Ninguém tem reclamado dele não senhor.
- Então me dá café com leite, pão e manteiga.
- Café com leite só se for sem leite.
- Não tem leite?
- Hoje, não senhor.
- Por que hoje não?
- Porque hoje o leiteiro não veio.
- Ontem ele veio?
- Ontem não.
- Quando é que ele vem?
- Tem dia certo não senhor. Às vezes vem, às vezes não vem. Só que no dia que devia vir em geral não vem.
- Mas ali fora está escrito "Leiteria"!
- Ah, isso está, sim senhor.
- Quando é que tem leite?
- Quando o leiteiro vem.
- Tem ali um sujeito comendo coalhada. É feita de quê?
- O quê: coalhada? Então o senhor não sabe de que é feita a coalhada?
- Está bem, você ganhou. Me traz um café com leite sem leite. Escuta uma coisa: como é que vai indo a política aqui na sua cidade?
- Sei dizer não senhor: eu não sou daqui.
- E há quanto tempo o senhor mora aqui?
- Vai para uns quinze anos. Isto é, não posso agarantir com certeza: um pouco mais, um pouco menos.
- Já dava para saber como vai indo a situação, não acha?
- Ah, o senhor fala da situação? Dizem que vai bem.
- Para que Partido?
- Para todos os Partidos, parece
- Eu gostaria de saber quem é que vai ganhar a eleição aqui.
- Eu também gostaria. Uns falam que é um, outros falam que outro. Nessa mexida...
- E o Prefeito?
- Que é que tem o Prefeito?
- Que tal o Prefeito daqui?
- O Prefeito? É tal e qual eles falam dele.
- Que é que falam dele?
- Dele? Uai, esse trem todo que falam de tudo quanto é Prefeito.
- Você, certamente, já tem candidato.
- Quem, eu? Estou esperando as plataformas.
- Mas tem ali o retrato de um candidato dependurado na parede, que história é essa?
- Aonde, ali? Uê, gente: penduraram isso aí...

 Aluna : Micaela Brito

História em quadrinhos 


 Aluna : Micaela Brito



História em quadrinhos baseada na crônica " Cobrança "




 
Andressa Senna, Michel Jorge e Morgana Anália.      1º D – Matutino.



 
                             O Homem Nu
Fernando Sabino

Ao acordar, disse para a mulher:

— Escuta, minha filha: hoje é dia de pagar a prestação da televisão, vem aí o sujeito com a conta, na certa.  Mas acontece que ontem eu não trouxe dinheiro da cidade, estou a nenhum.
— Explique isso ao homem — ponderou a mulher.
— Não gosto dessas coisas. Dá um ar de vigarice, gosto de cumprir rigorosamente as minhas obrigações. Escuta: quando ele vier a gente fica quieto aqui dentro, não faz barulho, para ele pensar que não tem ninguém.   Deixa ele bater até cansar — amanhã eu pago.
Pouco depois, tendo despido o pijama, dirigiu-se ao banheiro para tomar um banho, mas a mulher já se trancara lá dentro. Enquanto esperava, resolveu fazer um café. Pôs a água a ferver e abriu a porta de serviço para apanhar o pão.  Como estivesse completamente nu, olhou com cautela para um lado e para outro antes de arriscar-se a dar dois passos até o embrulhinho deixado pelo padeiro sobre o mármore do parapeito. Ainda era muito cedo, não poderia aparecer ninguém. Mal seus dedos, porém, tocavam o pão, a porta atrás de si fechou-se com estrondo, impulsionada pelo vento.
Aterrorizado, precipitou-se até a campainha e, depois de tocá-la, ficou à espera, olhando ansiosamente ao redor. Ouviu lá dentro o ruído da água do chuveiro interromper-se de súbito, mas ninguém veio abrir. Na certa a mulher pensava que já era o sujeito da televisão. Bateu com o nó dos dedos:
— Maria! Abre aí, Maria. Sou eu — chamou, em voz baixa.
Quanto mais batia, mais silêncio fazia lá dentro.
Enquanto isso, ouvia lá embaixo a porta do elevador fechar-se, viu o ponteiro subir lentamente os andares...  Desta vez, era o homem da televisão!
Não era. Refugiado no lanço da escada entre os andares, esperou que o elevador passasse, e voltou para a porta de seu apartamento, sempre a segurar nas mãos nervosas o embrulho de pão:
— Maria, por favor! Sou eu!
Desta vez não teve tempo de insistir: ouviu passos na escada, lentos, regulares, vindos lá de baixo... Tomado de pânico, olhou ao redor, fazendo uma pirueta, e assim despido, embrulho na mão, parecia executar um ballet grotesco e mal ensaiado. Os passos na escada se aproximavam, e ele sem onde se esconder. Correu para o elevador, apertou o botão. Foi o tempo de abrir a porta e entrar, e a empregada passava, vagarosa, encetando a subida de mais um lanço de escada. Ele respirou aliviado, enxugando o suor da testa com o embrulho do pão.
Mas eis que a porta interna do elevador se fecha e ele começa a descer.
— Ah, isso é que não!  — fez o homem nu, sobressaltado.
E agora? Alguém lá embaixo abriria a porta do elevador e daria com ele ali, em pêlo, podia mesmo ser algum vizinho conhecido... Percebeu, desorientado, que estava sendo levado cada vez para mais longe de seu apartamento, começava a viver um verdadeiro pesadelo de Kafka, instaurava-se naquele momento o mais autêntico e desvairado Regime do Terror!
— Isso é que não — repetiu, furioso.
Agarrou-se à porta do elevador e abriu-a com força entre os andares, obrigando-o a parar.  Respirou fundo, fechando os olhos, para ter a momentânea ilusão de que sonhava. Depois experimentou apertar o botão do seu andar. Lá embaixo continuavam a chamar o elevador.  Antes de mais nada: "Emergência: parar". Muito bem. E agora? Iria subir ou descer?  Com cautela desligou a parada de emergência, largou a porta, enquanto insistia em fazer o elevador subir. O elevador subiu.
— Maria! Abre esta porta! — gritava, desta vez esmurrando a porta, já sem nenhuma cautela. Ouviu que outra porta se abria atrás de si.
Voltou-se, acuado, apoiando o traseiro no batente e tentando inutilmente cobrir-se com o embrulho de pão. Era a velha do apartamento vizinho:
— Bom dia, minha senhora — disse ele, confuso.  — Imagine que eu...
A velha, estarrecida, atirou os braços para cima, soltou um grito:
— Valha-me Deus! O padeiro está nu!
E correu ao telefone para chamar a radiopatrulha:
— Tem um homem pelado aqui na porta!
Outros vizinhos, ouvindo a gritaria, vieram ver o que se passava:
— É um tarado!
— Olha, que horror!
— Não olha não! Já pra dentro, minha filha!
Maria, a esposa do infeliz, abriu finalmente a porta para ver o que era. Ele entrou como um foguete e vestiu-se precipitadamente, sem nem se lembrar do banho. Poucos minutos depois, restabelecida a calma lá fora, bateram na porta.
— Deve ser a polícia — disse ele, ainda ofegante, indo abrir.
Não era: era o cobrador da televisão.





-  Comentário :



A crônica fala de um homem de família que fica preocupado com uma certa divida. Ao fazer uma combinação com sua esposa, pelo fato de que iria ser cobrado, acaba se prejudicando, pois se mete em uma enrascada por expor tais coisas desnecessárias aos moradores de seu prédio. Creio eu, que o autor quis mostrar, que não devemos fugir das nossas responsabilidades, pelo contrário temos que ater coragem e determinação para assumir tal problema. 




Morgana Anália Carneiro de Sousa.     1º D – Matutino.



 História em quadrinhos baseada na crônica " Hora de dormir "




 ALUNAS : EDUARDA SANTOS , QUEILA MOTA , ALINE DANTAS E ELLEN !

 
                                    Hora de
Dormir -  escrita por Fernando Sabino

- Por que não posso ficar vendo televisão?
- Porque você tem de dormir.
- Por quê?
- Porque está na hora, ora essa.
- Hora essa?
- Além do mais, isso não é programa para menino.
- Por quê?
- Porque é assunto de gente grande, que você não entende.
- Estou entendendo tudo.
- Mas não serve para você. É impróprio.
- Vai ter mulher pelada?
- Que bobagem é essa? Ande, vá dormir que você tem colégio amanhã cedo.
- Todo dia eu tenho.
- Está bem, todo dia você tem. Agora desligue isso e vá dormir.
- Espere um pouquinho.
- Não espero não.
- Você vai ficar aí vendo e eu não vou.
- Fico vendo não, pode desligar. Tenho horror de televisão. Vamos, obedeça a seu pai.
- Os outros meninos todos dormem tarde, só eu que durmo cedo.
- Não tenho nada que ver com os outros meninos; tenho que ver com o meu filho. Já para a cama.
- Também eu vou para a cama e não durmo, pronto. Fico acordado a noite toda.
- Não comece com coisa não, que eu perco a paciência.
- Pode perder.
- Deixe de ser malcriado.
- Você mesmo que me criou.
- O quê? Isso é maneira de falar com seu pai?
- Falo como quiser, pronto.
- Não fique respondendo não: cale essa boca.
- Não calo. A boca é minha.
- Olha que eu ponho de castigo.
- Pode pôr.
- Venha cá! Se der mais um pio, vai levar umas palmadas.
- ...
- Quem é que anda lhe ensinando esses modos? Você está ficando é muito insolente.
- Ficando o quê?
- Atrevido, malcriado. Eu com sua idade já sabia obedecer. Quando é que eu teria coragem de responder a meu pai como você faz. Ele me descia o braço, não tinha conversa. Eu porque sou muito mole, você fica abusando.... Quando ele falava está na hora de dormir, estava na hora de dormir.
- Naquele tempo não tinha televisão.
- Mas tinha outras coisas.
- Que outras coisas?
- Ora, deixe de conversa. Vamos desligar esse negócio. Pronto, acabou-se. Agora é tratar de dormir.
- Chato.
- Como? Repita, para você ver o que acontece.
- Chato.
- Toma para você aprender. E amanhã fica de castigo, está ouvindo? Para aprender a ter respeito a seu pai.
- ...
- E não adianta ficar aí chorando feito bobo. Venha cá.
- Amanhã eu não vou ao colégio.
- Vai sim senhor. E não adianta ficar fazendo essa carinha, não pense que me comove. Anda, venha cá.
- Você me bateu ...
- Bati porque você mereceu. Já acabou, pare de chorar. Foi de leve, não doeu nem nada. Peça perdão a sue pai e vá dormir.
- ...
- Por que você é assim, meu filho? Só para me aborrecer. Sou tão bom para você, você não reconhece. Faço tudo que você me pede, os maiores sacrifícios. Todo dia trago para você uma coisa da rua. Trabalho o dia todo por sua causa mesmo, e quando chego em casa para descansar um pouco, você vem com essas coisas. Então é assim que se faz?
- ...
- Então você não tem pena de seu pai? Vamos! Tome a benção e vá dormir.
- Papai.
- Que é?
- Me desculpe

- Está desculpado. Deus o abençoe. Agora vai.
- Por que não posso ficar vendo televisão?

ALUNAS : EDUARDA SANTOS , QUEILA MOTA , ALINE DANTAS E ELLEN !



O Homem Nu -Fernando Sabino
Ao acordar, disse para a mulher:

— Escuta, minha filha: hoje é dia de pagar a prestação da televisão, vem aí o sujeito com a conta, na certa. Mas acontece que ontem eu não trouxe dinheiro da cidade, estou a nenhum.

— Explique isso ao homem — ponderou a mulher.

— Não gosto dessas coisas. Dá um ar de vigarice, gosto de cumprir rigorosamente as minhas obrigações. Escuta: quando ele vier a gente fica quieto aqui dentro, não faz barulho, para ele pensar que não tem ninguém. Deixa ele bater até cansar — amanhã eu pago.

Pouco depois, tendo despido o pijama, dirigiu-se ao banheiro para tomar um banho, mas a mulher já se trancara lá dentro. Enquanto esperava, resolveu fazer um café. Pôs a água a ferver e abriu a porta de serviço para apanhar o pão. Como estivesse completamente nu, olhou com cautela para um lado e para outro antes de arriscar-se a dar dois passos até o embrulhinho deixado pelo padeiro sobre o mármore do parapeito. Ainda era muito cedo, não poderia aparecer ninguém. Mal seus dedos, porém, tocavam o pão, a porta atrás de si fechou-se com estrondo, impulsionada pelo vento.

Aterrorizado, precipitou-se até a campainha e, depois de tocá-la, ficou à espera, olhando ansiosamente ao redor. Ouviu lá dentro o ruído da água do chuveiro interromper-se de súbito, mas ninguém veio abrir. Na certa a mulher pensava que já era o sujeito da televisão. Bateu com o nó dos dedos:

— Maria! Abre aí, Maria. Sou eu — chamou, em voz baixa.

Quanto mais batia, mais silêncio fazia lá dentro.

Enquanto isso, ouvia lá embaixo a porta do elevador fechar-se, viu o ponteiro subir lentamente os andares... Desta vez, era o homem da televisão!

Não era. Refugiado no lanço da escada entre os andares, esperou que o elevador passasse, e voltou para a porta de seu apartamento, sempre a segurar nas mãos nervosas o embrulho de pão:

— Maria, por favor! Sou eu!

Desta vez não teve tempo de insistir: ouviu passos na escada, lentos, regulares, vindos lá de baixo... Tomado de pânico, olhou ao redor, fazendo uma pirueta, e assim despido, embrulho na mão, parecia executar um ballet grotesco e mal ensaiado. Os passos na escada se aproximavam, e ele sem onde se esconder. Correu para o elevador, apertou o botão. Foi o tempo de abrir a porta e entrar, e a empregada passava, vagarosa, encetando a subida de mais um lanço de escada. Ele respirou aliviado, enxugando o suor da testa com o embrulho do pão.

Mas eis que a porta interna do elevador se fecha e ele começa a descer.

— Ah, isso é que não! — fez o homem nu, sobressaltado.

E agora? Alguém lá embaixo abriria a porta do elevador e daria com ele ali, em pêlo, podia mesmo ser algum vizinho conhecido... Percebeu, desorientado, que estava sendo levado cada vez para mais longe de seu apartamento, começava a viver um verdadeiro pesadelo de Kafka, instaurava-se naquele momento o mais autêntico e desvairado Regime do Terror!

— Isso é que não — repetiu, furioso.

Agarrou-se à porta do elevador e abriu-a com força entre os andares, obrigando-o a parar. Respirou fundo, fechando os olhos, para ter a momentânea ilusão de que sonhava. Depois experimentou apertar o botão do seu andar. Lá embaixo continuavam a chamar o elevador. Antes de mais nada: "Emergência: parar". Muito bem. E agora? Iria subir ou descer? Com cautela desligou a parada de emergência, largou a porta, enquanto insistia em fazer o elevador subir. O elevador subiu.

— Maria! Abre esta porta! — gritava, desta vez esmurrando a porta, já sem nenhuma cautela. Ouviu que outra porta se abria atrás de si.

Voltou-se, acuado, apoiando o traseiro no batente e tentando inutilmente cobrir-se com o embrulho de pão. Era a velha do apartamento vizinho:

— Bom dia, minha senhora — disse ele, confuso. — Imagine que eu...

A velha, estarrecida, atirou os braços para cima, soltou um grito:

— Valha-me Deus! O padeiro está nu!

E correu ao telefone para chamar a radiopatrulha:

— Tem um homem pelado aqui na porta!

Outros vizinhos, ouvindo a gritaria, vieram ver o que se passava:

— É um tarado!

— Olha, que horror!

— Não olha não! Já pra dentro, minha filha!

Maria, a esposa do infeliz, abriu finalmente a porta para ver o que era. Ele entrou como um foguete e vestiu-se precipitadamente, sem nem se lembrar do banho. Poucos minutos depois, restabelecida a calma lá fora, bateram na porta.

— Deve ser a polícia — disse ele, ainda ofegante, indo abrir.

Não era: era o cobrador da televisão.

[COMENTÁRIO: FERNANDO SABINO QUIS RETRATAR COM A CRÔNICA , COMO UMA PEQUENA FALTA DE ATENÇÃO PODE CAUSAR UM GRADE DESASTRE , E ACABA CAUSANDO UM POUCO DE RAIVA NOS LEITORES POIS DEPOIS DE TANTOS MURROS E ESTRONDOS A MULHER NAO ABRE A PORTA , COM ISSO DEPOIS DE TANTA CONFUSÃO O COBRADOR DA TELEVISÃO ACABA CHEGANDO SEM MAIS NEM MENOS]

ALUNA : EDUARDA SANTOS


O Homem Nu (Fernando Sabino)

Ao acordar, disse para a mulher:
— Escuta minha filha: hoje é dia de pagar a prestação da televisão, vem aí o sujeito com a conta, na certa. Mas acontece que ontem eu não trouxe dinheiro da cidade, estou a nenhum.
— Explique isso ao homem — ponderou a mulher.
— Não gosto dessas coisas. Dá um ar de vigarice, gosto de cumprir rigorosamente as minhas obrigações. Escuta: quando ele vier a gente fica quieto aqui dentro, não faz barulho, para ele pensar que não tem ninguém. Deixa ele bater até cansar — amanhã eu pago.
Pouco depois, tendo despido o pijama, dirigiu-se ao banheiro para tomar um banho, mas a mulher já se trancara lá dentro. Enquanto esperava, resolveu fazer um café. Pôs a água a ferver e abriu a porta de serviço para apanhar o pão. Como estivesse completamente nu, olhou com cautela para um lado e para outro antes de arriscar-se a dar dois passos até o embrulhinho deixado pelo padeiro sobre o mármore do parapeito. Ainda era muito cedo, não poderia aparecer ninguém. Mal seus dedos, porém, tocavam o pão, a porta atrás de si fechou-se com estrondo, impulsionada pelo vento.
Aterrorizado, precipitou-se até a campainha e, depois de tocá-la, ficou à espera, olhando ansiosamente ao redor. Ouviu lá dentro o ruído da água do chuveiro interromper-se de súbito, mas ninguém veio abrir. Na certa a mulher pensava que já era o sujeito da televisão. Bateu com o nó dos dedos:
— Maria! Abre aí, Maria. Sou eu — chamou, em voz baixa.
Quanto mais batia, mais silêncio fazia lá dentro.
Enquanto isso, ouvia lá embaixo a porta do elevador fechar-se, viu o ponteiro subir lentamente os andares... Desta vez, era o homem da televisão!
Não era. Refugiado no lanço da escada entre os andares, esperou que o elevador passasse, e voltou para a porta de seu apartamento, sempre a segurar nas mãos nervosas o embrulho de pão:
— Maria, por favor! Sou eu!
Desta vez não teve tempo de insistir: ouviu passos na escada, lentos, regulares, vindos lá de baixo... Tomado de pânico, olhou ao redor, fazendo uma pirueta, e assim despido, embrulho na mão, parecia executar um ballet grotesco e mal ensaiado. Os passos na escada se aproximavam, e ele sem onde se esconder. Correu para o elevador, apertou o botão. Foi o tempo de abrir a porta e entrar, e a empregada passava, vagarosa, encetando a subida de mais um lanço de escada. Ele respirou aliviado, enxugando o suor da testa com o embrulho do pão.
Mas eis que a porta interna do elevador se fecha e ele começa a descer.
— Ah, isso é que não! — fez o homem nu, sobressaltado.
E agora? Alguém lá embaixo abriria a porta do elevador e daria com ele ali, em pêlo, podia mesmo ser algum vizinho conhecido... Percebeu, desorientado, que estava sendo levado cada vez para mais longe de seu apartamento, começava a viver um verdadeiro pesadelo de Kafka, instaurava-se naquele momento o mais autêntico e desvairado Regime do Terror!
— Isso é que não — repetiu, furioso.
Agarrou-se à porta do elevador e abriu-a com força entre os andares, obrigando-o a parar. Respirou fundo, fechando os olhos, para ter a momentânea ilusão de que sonhava. Depois experimentou apertar o botão do seu andar. Lá embaixo continuavam a chamar o elevador. Antes de mais nada: "Emergência: parar". Muito bem. E agora? Iria subir ou descer? Com cautela desligou a parada de emergência, largou a porta, enquanto insistia em fazer o elevador subir. O elevador subiu.
— Maria! Abre esta porta! — gritava, desta vez esmurrando a porta, já sem nenhuma cautela. Ouviu que outra porta se abria atrás de si.
Voltou-se, acuado, apoiando o traseiro no batente e tentando inutilmente cobrir-se com o embrulho de pão. Era a velha do apartamento vizinho:
— Bom dia, minha senhora — disse ele, confuso. — Imagine que eu...
A velha, estarrecida, atirou os braços para cima, soltou um grito:
— Valha-me Deus! O padeiro está nu!
E correu ao telefone para chamar a radiopatrulha:
— Tem um homem pelado aqui na porta!
Outros vizinhos, ouvindo a gritaria, vieram ver o que se passava:
— É um tarado!
— Olha, que horror!
— Não olha não! Já pra dentro, minha filha!
Maria, a esposa do infeliz, abriu finalmente a porta para ver o que era. Ele entrou como um foguete e vestiu-se precipitadamente, sem nem se lembrar do banho. Poucos minutos depois, restabelecida a calma lá fora, bateram na porta.
— Deve ser a polícia — disse ele, ainda ofegante, indo abrir.
Não era: era o cobrador da televisão.

Comentário: A crônica O Homem Nu (Fernando Sabino) nos conta com muito humor a história de um homem que ao sair nu para pegar o pão na porta de seu apartamento é surpreendido por uma rajada de vento que faz sua porta bater, deixando-o preso, totalmente nu, do lado de fora, somente com o pão nas mãos para esconder sua nudez. Como havia combinado com sua mulher que não atenderiam a campainha, pois estavam se escondendo de um cobrador, o homem de repente se vê numa situação sem saída. O pavor leva-o a se esconder na escada, quando houve passos de alguém subindo, vai para o elevador, que é chamado e leva-o para outro andar, tudo descrito com muita ironia e muito humor. O autor descreve o lado comum do cotidiano com muitas situações vibrantes, de uma maneira ágil e direta.

Aluna: Bruna Lima




História em quadrinho baseado na Crônica: Cobrança (Moacyr Scliar)

       Ela abriu a janela e ali estava ele, diante da casa, caminhando de um lado para outro. Carregava um cartaz, cujos dizeres atraíam a atenção dos passantes: "Aqui mora uma devedora inadimplente".
        ― Você não pode fazer isso comigo ― protestou ela.
      ― Claro que posso ― replicou ele. ― Você comprou, não pagou. Você é uma devedora inadimplente. E eu sou cobrador. Por diversas vezes tentei lhe cobrar, você não pagou.
        ― Não paguei porque não tenho dinheiro. Esta crise...
        ― Já sei ― ironizou ele. ― Você vai me dizer que por causa daquele ataque lá em Nova York seus negócios ficaram prejudicados. Problema seu, ouviu? Problema seu. Meu problema é lhe cobrar. E é o que estou fazendo.
        ― Mas você podia fazer isso de uma forma mais discreta...
       ― Negativo. Já usei todas as formas discretas que podia. Falei com você, expliquei, avisei. Nada. Você fazia de conta que nada tinha a ver com o assunto. Minha paciência foi se esgotando, até que não me restou outro recurso: vou ficar aqui, carregando este cartaz, até você saldar sua dívida.
        Neste momento começou a chuviscar.
        ― Você vai se molhar ― advertiu ela. ― Vai acabar focando doente.
        Ele riu, amargo:
        ― E daí? Se você está preocupada com minha saúde, pague o que deve.
        ― Posso lhe dar um guarda-chuva...
        ― Não quero. Tenho de carregar o cartaz, não um guarda-chuva.
        Ela agora estava irritada:
       ― Acabe com isso, Aristides, e venha para dentro. Afinal, você é meu marido, você mora aqui.
      ― Sou seu marido ― retrucou ele ― e você é minha mulher, mas eu sou cobrador profissional e você é devedora. Eu avisei: não compre essa geladeira, eu não ganho o suficiente para pagar as prestações. Mas não, você não me ouviu. E agora o pessoal lá da empresa de cobrança quer o dinheiro. O que quer você que eu faça? Que perca meu emprego? De jeito nenhum. Vou ficar aqui até você cumprir sua obrigação.
       Chovia mais forte, agora. Borrada, a inscrição tornara-se ilegível. A ele, isso pouco importava: continuava andando de um lado para outro, diante da casa, carregando o seu cartaz. 



Bruna Lima